Hoje é dia de mais uma análise do Futebol S/A. É dia do Leão do Pici, do tricolor do Ceará e de um clube com uma ascensão meteórica nos últimos anos.
É dia do Fortaleza!
Clube de uma torcida apaixonada que levou o clube a 4a posição na média de todo o ano de 2019, considerando todas as séries e campeonatos. O Castelão foi palco de diversos jogos com muito público e com um show da torcida tricolor. De olho nesse infográfico do Globo Esporte.com
Também nesse do mesmo site, que mostra uma geral do que foi 2019 da presença de público no estádio. Esse público deixou uma receita de cerca de R$ 12 milhões no clube em bilheterias.
Ponto que chama a atenção é o baixíssimo ticket-médio do clube. Não só é o pior da série A, mas é 54o dentre 60 clubes da Série A, B e C. Seu grande rival - Ceará - está em 39o nesse ranking. Parece uma clara opção em turbinar público. Resta saber se continuará nessa mesma rota.
E essas receitas de bilheterias foram distribuídas dessa forma. Um crescimento superior a 30% em relação ao ano anterior, turbinado pela participação do clube na Série A após um jejum desde 2006 sem frequentar a competição.
Vamos abrindo todo a Receita Bruta com o futebol. Crescimento concentrado em bilheterias, transmissão de jogos e premiação por performance (formando o combo Tv), mensalidades e transferência de atletas.
E dê uma olhada o que a empolgação, confiança no trabalho da gestão do clube e um bom mix de produtos podem fazer com vendas nas lojas dos clubes. A receita dobrou de um ano para outro no Fortaleza.
No relatório do Conselho Fiscal, podemos inclusive abrir os valores dessas vendas (arrecadação líquida) por lojas. Note que as vendas no E-commerce ainda têm um espaço enorme para crescer. Principalmente depois de todo o processo de digitalização que a pandemia provocou.
Nesse mesmo relatório, há detalhes de receitas de matchday (dias de jogos). Os quadros abaixo mostram as receitas de bares e estacionamento na Arena Castelão. Medir esses números é premissa básica para entender as oportunidades de evolução.
Passada rápida nas contas de ativo. Aumento grande do seu contas à receber em função do aumento das suas receitas também. Os R$ 13,2 mm que compõem estão concentrados em patrocínio e publicidade (R$ 5,9 mm), televisionamento (R$ 2,89 mm) e sócio-torcedor (R$ 3,34mm).
Vamos nas contas de passivo. Suas obrigações de curto prazo correspondem a 66% do seu passivo total. Mas um ponto importante é que seu capital de giro líquido (at. circulante - passivo circulante) indica uma necessidade de R$ 12 mm para financiar seu curto - praticamente mesmo...
...número de 2018. Ou seja, mesmo com crescimento forte de receitas, o clube não precisou ir a mercado buscar linhas de giro. Endividamento (empréstimos e financiamentos) até tiveram uma pequena redução. Números equilibradíssimos.
Aliás, empréstimos esses que são aportados por Diretores e/ou Conselheiros do clube, conforme está descrito no relatório de administração. E notem que o cerca de 68% está como “não circulante", ou seja, com vencimentos superiores a 12 meses.
Os parcelamentos tributários também com perfil ideal de pagamento. Nesse caso, somente 14% vence no curto prazo e praticamente não chega a R$ 100 mil/mês.
E chegamos no DRE. A ida para a Série A faz com que o clube gaste mais no futebol profissional e isso está claro no crescimento de quase 135% dessa linha. Reforçar era preciso e o clube fez isso.
Houve um aumento substancial nas despesas financeiras. A linha "juros e multas” foi a grande vilã. O clube pode ter utilizado de linhas de curtíssimo prazo de antecipação de recebíveis de cartões de crédito, etc.
Clube fecha o ano com superávit de R$ 3,4 mm. Pode parecer pequeno para as grandes somas que o futebol nos traz. Mas para quem está lá, tocando o clube "na unha” e com austeridade, é uma coroação da boa gestão.
Quem quer pagar para ver, pague. Existe uma nova "geopolítica” de forças em curso no futebol brasileiro. Clubes que sempre sofreram com o descaso de gestões irresponsáveis e do ostracismo das séries inferiores do brasileirão, hoje começam a despontar como forças reais.
O Fortaleza tem comissão de técnica de 1a linha, gestão responsável, passivos muito pequenos e receitas crescentes. Campeão da Série B em 2018, da Copa do Nordeste em 2019 e saindo na Sulamericana para o Independiente nos acréscimos.
O desenho está bonito, tricolor. Vá em frente!
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Redação iBahia
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