Atualmente existem diferentes técnicas que ajudam o aluno a adquirir proficiência em uma segunda língua. É fato que, por muito tempo, o ensino de línguas estrangeiras se baseou em regras gramaticais e a traduções literais de uma língua para outra. Porém, essa realidade vem mudando e técnicas como o intercâmbio reverso, aplicada por uma startup de Salvador, vem se tornando comum.
Criada em 2016, a Selfout, startup baiana de educação, vem aplicando esta técnica com seus alunos e observando resultados positivos. Focada em conversação, o intercâmbio reverso propõe uma forma de ensinar que valoriza o conhecimento do estudante e estimula a criatividade na segunda língua, no caso o inglês.
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O cofundador da Selfout, Bernardo Rabelo, aponta que métodos tradicionais de ensino habilitam os olhos e a escrita do aluno, porém, em consequência disso, as pessoas tem mais dificuldade para se comunicar. "O foco prematuro em regras gramaticais e tradução podem sufocar a pessoa. Por isso, aqueles que estudam da forma tradicional sentem medo e dificuldade para falar", afirma Bernardo.
Segundo ele, o ensino tradicional aprimora a visão do aluno, que aprende como escrever uma palavra e onde aplicá-la em uma frase. Entretanto, este mesmo aluno não é capaz de reconhecer uma palavra ao ouvi-la, logo, não consegue se comunicar. " O estudo convencional geralmente treina muito os olhos. A pessoa preenche lacuna, passa a frase do passado para o presente, mas treina muito pouco os ouvidos. Então ela fica frustrada, porque aprende as regras mas não consegue escutar e falar", afirma Bernardo.
Para evitar isso, a selfout realiza encontros de pura conversação onde os alunos, a partir de seu nível de conhecimento na língua tentam se comunicar inteiramente em inglês, idioma oferecido pela empresa. Os encontros são semestrais, divididos em três níveis, entre básico e avançado, com duração de quatro meses.
Estes encontros são acompanhados por mentores e acontecem em pontos turísticos de Salvador ou em cafeterias e estabelecimentos parceiros da selfout. Duas vezes por semana, os alunos se encontram e exercitam livremente a conversação em inglês. Além dos encontros grupais, existem reuniões semi particulares com até 4 pessoas, para que haja maior interação entre os presentes.
Os encontros do "clube" possuem missões para direcionar o aprendizado dos alunos. Para isso, a selfout guia todo o processo a partir de um segundo pilar: a escuta diária, que quando somada a prática de conversação otimiza o aprendizado.
Escuta diária
Apesar da fórmula "simples", a proposta da selfout não elimina o estudo gramatical. Nesse sentido, a empresa oferece uma biblioteca, através do portal da instituição, bem como mentoria 24 horas. Esses materiais partem sempre da escuta e utilizam esse gancho para aplicar noções de gramática e estrutura.
Para isso, são realizadas atividades individuais, ou seja, que se baseiam em interesses pessoais do aluno como séries, filmes e músicas para ajudá-lo a entender a gramática. Segundo Bernardo, com o esforço diário de uma hora de estudo e a valorização a escuta, a pessoa pode maximizar seu aprendizado.
"Esse contato pode ser dividido, 15 minutos enquanto toma café da manhã, mais 15 arrumando a casa, outros 30 no trânsito. O objetivo é que ela coloque o inglês no seu o dia a dia de uma maneira natural e flexível", enfatiza Bernardo
Resultados
Com um ano de estudo, a estudante Carla Brito chegou a seu objetivo e alcançou a fluência necessária para se comunicar em inglês. Ela conta que o método ajudou a introduzir a língua em sua vida de maneira gradual e natural, através de assuntos de seu interesse. "Ter percebido a evolução do meu inglês e a naturalidade com que consigo agora deixa meu coração quentinho. A vergonha e a insegurança ficaram com Deus", conta a estudante.
A flexibilidade do método e sua forma de conduzir o aprendizado empoderam o aluno, que não fica dependente dos professores e pode conduzir o estudo em seu próprio ritmo. Nessa lógica, o intercâmbio reverso liberta o aluno de uma formalidade dura que pode, muitas vezes, limitar o aprendizado. "Tudo bem errar uma preposição ou esquecer uma palavra. Quando eu percebi que as pessoas me entendiam, inclusive sobretudo os nativos, eu fiquei: é isso aí, garota, keep it up!", conta Carla.
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Iamany Santos
Iamany Santos
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