Moradores de Caraíva, distrito de Porto Seguro, bloquearam nesta segunda-feira (12) a balsa que dá acesso ao destino turístico, em protesto pela morte do guia turístico Victor Cerqueira Santos Santana, conhecido como Vitinho. De acordo com o g1, ele foi morto a tiros durante uma operação conjunta das polícias Militar e Federal, após ser apontado como suposto "segurança" do líder do tráfico de drogas na região.
A TV Santa Cruz, afiliada da TV Bahia no sul do estado, pediu um posicionamento das polícias Militar (PM-BA) e Federal (PF) e não recebeu retorno até o início da tarde. O delegado de Trancoso, Bruno Barreto, que também é responsável pelo distrito de Caraíva, informou que a Polícia Civil (PC) não foi acionada para participar da operação e que o guia turístico Victor Cerqueira Santos Santana não possuía antecedentes criminais.
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A ação ocorreu no sábado (10) e tinha como objetivo cumprir um mandado de prisão contra um homem conhecido como Alongado. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), o alvo era apontado como líder de uma facção criminosa envolvida com tráfico de armas e drogas, homicídios, roubos e lavagem de dinheiro.
O suspeito resistiu à prisão e foi baleado durante o confronto com a polícia. Vitinho também foi atingido e não resistiu aos ferimentos.
Amigos do guia turístico, que tinha 30 anos, negam a versão de que ele tivesse qualquer envolvimento com o tráfico de drogas.
Durante o protesto realizado nesta segunda-feira (12), manifestantes espalharam cartazes com pedidos de justiça e anunciaram que vão solicitar as imagens das câmeras de segurança de estabelecimentos próximos ao local onde a ação policial ocorreu.
Nas redes sociais, Vitinho se apresentava como guia turístico em passeios de lancha, buggy e cavalo em Caraíva. Ele também oferecia tours pela comunidade indígena de Xandó, pela vila da cidade e nas festas tradicionais da região.
Denúncia de injúria racial
De acordo com o delegado Bruno Barreto, na semana passada o guia turístico esteve pessoalmente na delegacia de Trancoso para registrar um boletim de ocorrência, relatando ter sido vítima de injúria racial. A denúncia, segundo o delegado, não tem relação com a operação realizada pelas polícias Militar e Federal.
Conforme relatado por Vitinho, uma postagem nas redes sociais afirmava que ele havia invadido uma pousada para roubar uma escada. No entanto, o guia explicou que havia ido ao local apenas para devolver o equipamento e destacou que a pessoa que havia pegado a escada — um homem branco — não teve sua imagem exposta nas redes sociais, ao contrário dele.
Redação iBahia
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