Aumentou o número de doações de órgãos e tecidos na Bahia. Segundo informações da Secretaria de Saúde do Estado (SESAB), a alta foi de 24% no primeiro semestre de 2024, se comparado com o mesmo período do ano anterior. Entretanto, esse avanço poderia ser ainda maior se não fosse o índice elevado de famílias que recusam a doar de órgãos de parentes com morte cerebral, cerca de 60%.
No momento, 3.488 pacientes aguardando por transplantes no estado, destes 1.942 deles esperam por um rim e as outras centenas aguardam por fígado, córnea e coração.
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Vitória da Conquista, cidade do sudoeste baiano, se destaca no cenário de transplantes, especialmente de córneas. O município superou a capital, Salvador, com 101 transplantes de córnea realizados no primeiro semestre de 2024. No entanto, a fila de espera ainda é longa, com 1.514 pessoas aguardando pela doação.
Em 2021, o IBR Hospital se destacou por realizar o 1º transplante de rim em Vitória da Conquista e região sudoeste da Bahia. Esse tipo de transplante é o mais comum, no qual o rim doado é colocado na pelve através de uma incisão e ligado aos vasos sanguíneos e à bexiga do receptor.
Joseane Figueredo leva uma vida normal após transplante renal
Joseane Figueiredo, funcionária pública de Vitória da Conquista, teve a vida transformada após um transplante de rim. Aos 19 anos, ela foi diagnosticada com lúpus, uma doença inflamatória autoimune que afeta vários órgãos, incluindo os rins.
Após muitos exames e consultas, Joseane descobriu a gravidade de sua condição, e a insuficiência renal se agravou. “Daí então, a minha vida nunca mais foi a mesma”, ressalta a conquistense.
Devido às dificuldades da fila de espera, a família de Joseane logo se prontificou a realizar a doação. Em 2005, o transplante aconteceu e hoje ela tem orgulho de dizer que o seu próprio pai é o seu “herói doador".
“Quando você doa um órgão, você salva uma vida, não há uma atitude de amor mais linda. Hoje levo uma vida completamente normal, não sou impedida de fazer nada”, diz Joseane.
Transplante de rim: quem pode ser um doador e como funciona o procedimento
Existem algumas restrições para quem pode ser um doador de órgãos de rim. Algumas das principais considerações incluem:
- Idade: é recomendado que doador possua menos de 60 anos;
- Saúde geral: o doador deve estar em boas condições de saúde e não ter nenhuma doença que possa afetar o funcionamento do rim transplantado;
- Peso: o doador deve ter um peso adequado para a altura;
- Histórico familiar: o doador não pode ter histórico familiar de doenças genéticas que possam afetar o rim transplantado;
- Tamanho do rim: o rim do doador deve ser compatível com o tamanho do receptor
Um transplante renal sem complicações dura em torno de três a quatro horas. Os rins do paciente não são retirados, ou seja, ele fica com três rins, porém somente o novo funciona normalmente. Além disso, a uretra do paciente é conectada ao rim para que seja possível a eliminação da urina.
Após o procedimento, a recuperação é simples e relativamente rápida. O paciente volta para casa depois de uma semana e, três meses depois, já pode retomar o ritmo normal com algumas restrições de alimentação e tomando medicamentos, que serão utilizados durante toda a vida.
Joana Miranda
Joana Miranda
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