A Bienal do Livro do Rio de Janeiro bateu recorde e se consolidou como maior festival de literatura, cultura e entretenimento do país. Segundo informações da organização do evento, mais de 600 mil visitantes estiveram no Riocentro, levando para casa cerca de 5,5 milhões de livros, uma média de nove por pessoa. Com mais de 497 editoras, selos e distribuidoras e uma diversidade de títulos, o tíquete médio de gastos com livros chegou a aproximadamente R$ 200.
Realizada pela GL events Exhibitions e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), a Bienal do Livro Rio contou com mais de 200 horas de uma programação rica, diversa, plural, com intensa participação do público em experiências únicas.
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“Esta é a maior Bienal de todos os tempos. Desde a criação da nova marca mais interativa até tornar o festival um patrimônio cultural do Rio, a intenção era que a cidade se apropriasse da Bienal e isso realmente aconteceu! Tradicionalmente, recebemos um número maior de visitantes aos fins de semana e quando há feriados, mas a distribuição de público foi muito bem equilibrada, inclusive nos dias de semana e em dias lindos de sol – nem a praia conseguiu competir!”, diz Tatiana Zaccaro, diretora da GL events Exhibitions.
Tatiana ainda acrescenta que a edição histórica foi preparada com um carinho especial, trazendo uma série de novidades para ampliar as experiências do nosso público. “Estamos falando do livro como ponto de partida ou chegada, a partir de uma transversalidade com os mais diversos tipos de mídia, porque os assuntos tratados no livro físico também viram séries, filmes, games, música, e isso garante que as histórias possam atrair mais pessoas formando novos leitores, já que o livro é sempre o protagonista”, comenta.
Para o presidente do SNEL, Dante Cid, os resultados desta edição superaram as previsões do mercado. O editor ainda celebrou os bons números do programa de visitação escolar.
“O SNEL, junto aos editores brasileiros, trabalha arduamente para que o país tenha um futuro leitor. A Bienal do Livro Rio 2023 ficará marcada pela forte conexão entre as pessoas e as histórias que amam. Com o apoio das secretarias de educação estadual e municipais alcançamos um recorde de participação de alunos e professores da rede pública, reforçando a criação desta semente pela leitura que o país tanto precisa, impactando diretamente mais de 100 mil alunos, professores, suas bibliotecas e salas de leitura,” destacou Dante.
Com uma área ocupada de 90 mil metros quadrados, 10% maior que na edição de 2019, pré-pandemia, a Bienal 2023 recebeu mais de 380 autores em sua programação oficial. Este ano, a Shell Brasil – uma das maiores companhias de energia do mundo – e o Itaú – o maior banco privado do Brasil – foram os patrocinadores Apresenta.
Novidades da edição 2023
Presente na memória afetiva de milhares de pessoas, a Bienal apostou em um jovem trio curador – os escritores Clara Alves, Mateus Baldi e Stephanie Borges. A roteirista Bianca Ramoneda assinou a direção artística do festival e a jornalista Ana Paula Costa, a produção executiva.
As crianças que visitaram a Bienal encontraram um universo lúdico chamado “Uma Grande Aventura Leitora”, em um espaço de 600 metros quadrados. Com curadoria de Carolina Sanches, Martha Ribas e Rona Hanning, a experiência imersiva infantil trouxe a magia das histórias que extrapolam os livros e ganham as emoções das crianças. No espaço, os pequenos foram recebidos pelo Chapeleiro Maluco, de Alice no País das Maravilhas, e também foram comemorados os 60 anos da personagem Mônica, da obra de Maurício de Sousa.
Bookstan = book + stalker + fan
Muitas editoras também bateram o “recorde dos recordes”, dentre todos os eventos literários do país, o que confirma a relevância da Bienal para o calendário cultural dos brasileiros. Nas redes sociais, a expressão “A Bienal é o Rock in Rio dos “Bookstan” ganhou força.
Bookstan é uma definição de fãs que vai muito além da palavra ‘leitor’: querem conhecer com profundidade as obras, acompanham seus autores prediletos, querem ouvir, pegar autógrafos, registrar o momento. A editora Sextante, por exemplo, celebrou o crescimento de 140% nas vendas nesta edição, se comparada à Bienal de 2021, alcançando mais de 60 mil livros vendidos durante os dez dias de evento.
Em relação à Bienal do Livro de São Paulo, que aconteceu no ano passado, o aumento foi de 40%. Já a Globo Livros teve a sua “melhor Bienal de todas”, com aumento de 60% no faturamento em relação aos resultados da Bienal do Livro de São Paulo e quase três vezes mais, se comparada à edição de 2019 da Bienal do Rio.
O Grupo Editorial Record registrou um crescimento de 50% no faturamento sobre a Bienal de São Paulo e 130%, em comparação à Bienal de 2021, com 995 títulos comercializados, sem contar com as vendas do domingo, último dia do festival. A Rocco, por sua vez, não esteve presente na edição de 2021, mas já bateu a edição de 2019 com vendas 135% maior. O resultado da Bienal 40 anos também foi 85% acima do evento literário de São Paulo, que até então tinha sido a melhor edição da editora. Para a HarperCollins Brasil, esta edição “foi histórica”, com mais de 40 mil livros vendidos, o que representa um aumento de 190% em relação à Bienal de São Paulo e, em faturamento, um crescimento mais de 250%.
Bienal carbono zero e ESG
O festival também contou com outras iniciativas sociais e inclusivas, como a tradução simultânea em libras de todas as sessões da programação oficial e visitas guiadas para deficientes visuais em parceria com o Instituto Benjamin Constant, ações que tiveram patrocínio da Colgate-Palmolive.
Nesta edição comemorativa, a Bienal também neutralizou suas emissões de gases do efeito estufa, com apoio da Shell Brasil, através da compra de créditos de carbono de projetos que preservam a Floresta Amazônica (REDD+) e promovem a geração de energia renovável (eólica). A neutralização vem acontecendo por meio de inventário, envolvendo as fases de pré-produção, montagem, realização e desmontagem do evento.
Além disso, a Bienal realiza a coleta seletiva de todo o lixo do evento, trabalhando com ONGs parceiras para minimizar o impacto ao meio ambiente e contribuir com a economia circular, incrementando a renda de cerca de 70 famílias atendidas pelas cooperativas. Este ano, foram recolhidos 1.238kg de PET, 8.540kg de papelão, 1.367kg de plástico e 1.870kg de latinhas de alumínio, que terão destinação ambientalmente correta.
Redação iBahia
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