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LITERATURA

Casa do Rio Vermelho reabre, na sexta, com exposição permanente

Trajetória literária e histórias pessoais e afetivas de Jorge Amado e Zélia Gattai estão registradas na Fundação, que, na inauguração, terá presença de Sônia Braga

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04/11/2014 às 20:33 • Atualizada em 30/08/2022 às 7:17 - há XX semanas
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Após 11 anos fechada, enfim, a casa de número 33 da Rua Alagoinhas, no Rio Vermelho, será reaberta, na próxima sexta-feira (7), a partir das 15h. Oficialmente, será entregue à Bahia a Fundação Casa Jorge Amado. O acervo é histórico e afetivo, também. O público encontrará lá objetos e materiais, que mostram a trajetória literária de Jorge e Zélia, e ainda itens pessoais, coleções e lembranças do casal e da família. Audiovisuais - Outra novidade é o conjunto de 41 leituras em vídeo de trechos das obras escritas por Amado. Esses vídeos serão expostos em tela de cinema, na Sala das Leituras, ao lado da biblioteca. A narração conta com vozes de artistas como Ivete Sangalo, Caetano Veloso, Sônia Braga, Daniela Mercury, Mariana Ximenez, Marisa Ortiz, Paloma Amado, Milton Gonçalves, Mateus Solano, Regina Casé e Paulinho da Viola. Há mais de dez horas de vídeos e projeções, que contam ainda com depoimentos personalidades, amigos e familiares. Gringo Cardia, arquiteto e cenógrafo, responsável por grandes obras como a implantação de museus como o da Cruz Vermelha, na Suíça, assumiu o desafio de ser o curador da casa e ressalta: "Nessas leituras fica evidente a atemporalidade de Jorge Amado, um escritor à frente do seu tempo e que era popular porque sempre retratou o povo". A reabertura da casa do Rio Vermelho é um dos momentos mais esperados pelos admiradores da obra do escritor baiano. Por isso mesmo uma das musas de Amado não poderia faltar à solenidade: Sônia Braga, que imortalizou a personagem Gabriela, virá a Salvador para participar do momento. Também estarão presentes à abertura comandada pelo prefeito ACM Neto, pessoas que contribuíram com este projeto, como Artur Guimarães Sampaio, presidente do Conselho da Fundação Casa de Jorge Amado; Myriam Fraga, diretora da instituição, e Paulo Miguez, vice-reitor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), economista e doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas, que coordenou a equipe de pesquisadores. Com mais de mil metros quadrados, o imóvel da Rua Alagoinhas foi comprado por Jorge Amado, em 1960, com dinheiro da venda dos direitos autorais de 'Gabriela, Cravo e Canela' para a MGM. Lá foram escritos muitos dos livros mais famosos do autor. Também era endereço certo para os amigos. Passaram pela casa nomes como: Glauber Rocha, Pablo Neruda, Tom Jobim, Dorival Caymmi, Roman Polanski, Jack Nicholson, Sartre e Simone de Beauvoir. De tão especial, a casa foi tema do livro publicado por Zélia Gattai, no ano de 2002 e, hoje, sua história está registrada nos vários ambientes, e o jardim guarda as cinzas de Jorge e Zélia, bem onde eles gostavam de apreciar o tempo passar, conversando de mãos dadas. Autossustentável - Entre recursos públicos e privados, a reabertura da casa contou com investimentos de R$ 6 milhões, em um esforço da Prefeitura de Salvador. A partir de agora, a proposta é o espaço tornar-se autossustentável. Para tanto, será cobrada uma taxa de visitação de R$ 20 (inteira). É esperada a visita de até 10 mil pessoas por mês e 30 mil na alta estação. Os professores do ensino fundamental e médio de escolas municipais e estaduais poderão agendar um tour para seus alunos, gratuitamente. Já universitários e idosos pagarão meia entrada, e crianças de até 5 anos terão passe livre.

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