Neste período de pandemia de coronavírus, quando preciso ficar dentro de casa e se afastar de grandes multidões, é possível deixar os hábitos de leitura em dia. O portal iBahia conversou com os escritores Vanessa Brunt (@vanessabrunt) e Edgard Abbehusen (@edgardabbehusen) e eles indicaram seus dez títulos favoritos para você ler durante este período (e em outros momentos também).
- Indicações de dez livros por de Edgard Abbehusen (sem ordem de preferência)
1. Prometo falhar, de Pedro Chagas
“Prometo Falhar” é um livro que fala de amor. O amor dos amantes, o amor dos amigos, o amor da mãe pelo filho, do filho pela mãe, pelo pai, o amor que abala, que toca, que arrebata, que emociona, que descobre e encobre, que fere e cura, que prende e liberta. Em crônicas desconcertantes, Pedro convida o leitor a revisitar suas próprias impressões sobre os relacionamentos humanos. A linguagem fluida, livre, sem amarras, faz querer ler tudo de uma vez e depois ligar para o autor para terminar a conversa . Medo, frustração, inveja, ciúme e todos os sentimentos que nos ensinaram a sufocar são expostos sem pudores. Mergulhe de cabeça numa obra que mostra que é possível sair ileso de tudo, menos do amor. Você escolhe a ordem em que vai ler as crônicas do jovem escritor que tem 21 obras publicadas e é sucesso de vendas em Portugal.
2. O sumiço da Santa, de Jorge Amado
Salvador, início dos anos 70. Uma imagem preciosa de santa Bárbara desaparece assim que chega ao cais da cidade. Misto de fábula mística e sátira política, este livro embaralha personagens reais e fictícios para narrar as caóticas 48 horas que se seguem ao misterioso acontecimento.
3. Poesia de Florbela Espanca, volume único
Florbela Espanca (1894-1930) tem sido considerada a figura feminina mais importante da literatura portuguesa em todos os tempos. Sua poesia, mais significativa que seus contos e produto de uma sensibilidade exacerbada por fortes impulsos eróticos, corresponde a um verdadeiro e ousado diário íntimo, cuja temperatura de confidência só encontra semelhança nas Cartas portuguesas de Mariana Alcoforado. Os dois volumes de 'Poesia de Florbela Espanca' incluem todos os livros publicados por Florbela e quase a totalidade da sua obra poética.
4. Amizade é também amor, Carpinejar
Amizade é também prever o momento de se retirar para voltar com mais força e amor redobrado. Amigo não dá nem para contar nos dedos, pois sempre estará segurando a nossa mão. O amigo não renuncia a amizade nem mesmo quando você desistiu. Os amigos são para toda a vida, ainda que não estejam conosco a vida inteira. Amigo é o que fica depois da ressaca. É glicose no sangue. A serenidade. A paz de não esconder os defeitos. Graças aos amigos, a tragédia amorosa pode vir a ser a nossa grande piada. Amigo é destino, amigo é vocação. Em seu livro de crônicas, Carpinejar não fala de amor, mas de amizade. São 122 textos ao longo de mais de 200 páginas que combinam reflexões de companheirismo e humor do cotidiano com lembranças da infância e um ou outro conselho sobre convivência. “Os amigos são para toda a vida, ainda que não estejam conosco a vida inteira. Amigo é destino, amigo é vocação”, escreve.
5. Poesias, Fernando Pessoa
Uma antologia organizada por Sueli Barros Cassal, onde foram selecionados alguns dos principais poemas produzidos pelo grande poeta português em suas diversas fases e pelos seus principais heterônimos.
6. Queda de gigantes, Ken Follett
Cinco famílias, cinco países e cinco destinos marcados por um período dramático da história. Queda de gigantes, o primeiro volume da trilogia “O Século”, do consagrado Ken Follett, começa no despertar do século XX, quando ventos de mudança ameaçam o frágil equilíbrio de forças existente – as potências da Europa estão prestes a entrar em guerra, os trabalhadores não aguentam mais ser explorados pela aristocracia e as mulheres clamam por seus direitos.
De maneira brilhante, Follett constrói sua trama entrelaçando as vidas de personagens fictícios e reais, como o rei Jorge V, o Kaiser Guilherme, o presidente Woodrow Wilson, o parlamentar Winston Churchill e os revolucionários Lênin e Trótski. O resultado é uma envolvente lição de história, contada da perspectiva das pessoas comuns, que lutaram nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial, ajudaram a fazer a Revolução Russa e tornaram real o sonho do sufrágio feminino.
Ao descrever a saga de famílias de diferentes origens – uma inglesa, uma galesa, uma russa, uma americana e uma alemã –, o autor apresenta os fatos sob os mais diversos pontos de vista. Na Grã-Bretanha, o destino dos Williams, uma família de mineradores de Gales do Sul, acaba irremediavelmente ligado por amor e ódio ao dos aristocráticos Fitzherberts, proprietários da mina de carvão onde Billy Williams vai trabalhar aos 13 anos e donos da bela mansão em que sua irmã, Ethel, é governanta.
Na Rússia, dois irmãos órfãos, Grigori e Lev Peshkov, seguem rumos opostos em busca de um futuro melhor. Um deles vai atrás do sonho americano e o outro se junta à revolução bolchevique. A guerra interfere na vida de todos. O alemão Walter von Ulrich tem que se separar de seu amor, lady Maud, e ainda lutar contra o irmão dela, o conde Fitz. Nem mesmo o americano Gus Dewar, o assessor do presidente Wilson que sempre trabalhou pela paz, escapa dos horrores da frente de batalha.
Enquanto a ação se desloca entre Londres, São Petersburgo, Washington, Paris e Berlim, Queda de gigantes retrata um mundo em rápida transformação, que nunca mais será o mesmo. O século XX está apenas começando.
7. Sapiens: uma breve história da humanidade, Yuval Noah Harari
O que possibilitou ao Homo sapiens subjugar as demais espécies? O que nos torna capazes das mais belas obras de arte, dos avanços científicos mais impensáveis e das mais horripilantes guerras? Nossa capacidade imaginativa. Somos a única espécie que acredita em coisas que não existem na natureza, como Estados, dinheiro e direitos humanos. Partindo dessa ideia, Yuval Noah Harari, doutor em história pela Universidade de Oxford, aborda em Sapiens a história da humanidade sob uma perspectiva inovadora. Explica que o capitalismo é a mais bem-sucedida religião, que o imperialismo é o sistema político mais lucrativo, que nós, humanos modernos, embora sejamos muito mais poderosos que nossos ancestrais, provavelmente não somos mais felizes. Um relato eletrizante sobre a aventura de nossa extraordinária espécie ? de primatas insignificantes a senhores do mundo.
8. 1984, George Orwell
Cinco famílias, cinco países e cinco destinos marcados por um período dramático da história. Queda de gigantes, o primeiro volume da trilogia “O Século”, do consagrado Ken Follett, começa no despertar do século XX, quando ventos de mudança ameaçam o frágil equilíbrio de forças existente – as potências da Europa estão prestes a entrar em guerra, os trabalhadores não aguentam mais ser explorados pela aristocracia e as mulheres clamam por seus direitos.
De maneira brilhante, Follett constrói sua trama entrelaçando as vidas de personagens fictícios e reais, como o rei Jorge V, o Kaiser Guilherme, o presidente Woodrow Wilson, o parlamentar Winston Churchill e os revolucionários Lênin e Trótski. O resultado é uma envolvente lição de história, contada da perspectiva das pessoas comuns, que lutaram nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial, ajudaram a fazer a Revolução Russa e tornaram real o sonho do sufrágio feminino.
Ao descrever a saga de famílias de diferentes origens – uma inglesa, uma galesa, uma russa, uma americana e uma alemã –, o autor apresenta os fatos sob os mais diversos pontos de vista. Na Grã-Bretanha, o destino dos Williams, uma família de mineradores de Gales do Sul, acaba irremediavelmente ligado por amor e ódio ao dos aristocráticos Fitzherberts, proprietários da mina de carvão onde Billy Williams vai trabalhar aos 13 anos e donos da bela mansão em que sua irmã, Ethel, é governanta.
Na Rússia, dois irmãos órfãos, Grigori e Lev Peshkov, seguem rumos opostos em busca de um futuro melhor. Um deles vai atrás do sonho americano e o outro se junta à revolução bolchevique. A guerra interfere na vida de todos. O alemão Walter von Ulrich tem que se separar de seu amor, lady Maud, e ainda lutar contra o irmão dela, o conde Fitz. Nem mesmo o americano Gus Dewar, o assessor do presidente Wilson que sempre trabalhou pela paz, escapa dos horrores da frente de batalha.
Enquanto a ação se desloca entre Londres, São Petersburgo, Washington, Paris e Berlim, Queda de gigantes retrata um mundo em rápida transformação, que nunca mais será o mesmo. O século XX está apenas começando.
9. O poder do hábito, Charles Duhigg
Durante os últimos dois anos, uma jovem transformou quase todos os aspectos de sua vida. Parou de fumar, correu uma maratona e foi promovida. Em um laboratório, neurologistas descobriram que os padrões dentro do cérebro dela mudaram de maneira fundamental. Publicitários da Procter & Gamble observaram vídeos de pessoas fazendo a cama. Tentavam desesperadamente descobrir como vender um novo produto chamado Febreze, que estava prestes a se tornar um dos maiores fracassos na história da empresa. De repente, um deles detecta um padrão quase imperceptível - e, com uma sutil mudança na campanha publicitária, Febreze começa a vender um bilhão de dólares por anos. Um diretor executivo pouco conhecido assume uma das maiores empresas norte-americanas. Seu primeiro passo é atacar um único padrão entre os funcionários - a maneira como lidam com a segurança no ambiente de trabalho -, e logo a empresa começa a ter o melhor desempenho no índice Dow Jones. O que todas essas pessoas tem em comum? Conseguiram ter sucesso focando em padrões que moldam cada aspecto de nossas vidas. Tiveram êxito transformando hábitos. Com perspicácia e habilidade, Charles Duhigg apresenta um novo entendimento da natureza humana e seu potencial para a transformação.
10. Amor líquido, sobre fragilidades laços humanos, Zygmunt Bauman
A modernidade líquida, "um mundo repleto de sinais confusos, propenso a mudar com rapidez e de forma imprevisível" em que vivemos, traz consigo uma misteriosa fragilidade dos laços humanos, um amor líquido. Zygmunt Bauman, um dos mais originais e perspicazes sociólogos em atividade, investiga de que forma nossas relações tornam-se cada vez mais "flexíveis", gerando níveis de insegurança sempre maiores. A prioridade a relacionamentos em redes, as quais podem ser tecidas ou desmanchadas com igual facilidade - e frequentemente sem que isso envolva nenhum contato além do virtual -, faz com que não saibamos mais manter laços a longo prazo. Mais que uma mera e triste constatação, esse livro é um alerta: não apenas as relações amorosas e os vínculos familiares são afetados, mas também a nossa capacidade de tratar um estranho com humanidade é prejudicada. Como exemplo, o autor examina a crise na atual política imigratória de diversos países da União Europeia e a forma como a sociedade tende a creditar seus medos, sempre crescentes, a estrangeiros e refugiados.Com sua usual percepção fina e apurada, Bauman busca esclarecer, registrar e apreender de que forma o homem sem vínculos - figura central dos tempos modernos - se conecta.
Leia também:
- Indicações de dez livros por Vanessa Brunt (sem ordem de preferências)
1. Se Não Eu, Quem Vai Fazer Você Feliz? | de Graziela Gonçalves
Quem nunca se emocionou ou refletiu com as letras escritas por Alexandre Magno Abrão, mais conhecido como Chorão? A viúva do vocalista e compositor da banda Charlie Brown Jr. vai mergulhar na história de amor e vida de ambos ao trazer, em seu livro de memórias, como o relacionamento de quase 20 anos inspirou diversas das músicas da banda e foi repleto de intensidade e lições.
2. É Assim Que Acaba | de Colleen Hoover
Meu livro favorito do planeta. Uma aula de empatia. Na intensa trama, conhecemos cada vez mais a fundo a vida de Lily, que teve que aguentar durante toda a sua infância um pai agressivo. Agora adulta, nada a impediu de trabalhar arduamente para conquistar a vida tão sonhada. Então, quando se sente atraída por um neurocirurgião chamado Ryle Kincaid, ela entra em conflito sobre ouvir mais a razão ou a emoção.
3. Ir Também É Ficar | de Vanessa Brunt, Edgard Abbehusen e mais quatro autores baianos
As bases das tramas de seis autores que são relevantes para a nova geração se interligam ao trazer reflexões e críticas sobre as banalidades dos relacionamentos contemporâneos. Em cada página, estão personagens com diferentes formas de enxergar o mundo. A trama que dá nome ao livro, de Vanessa Brunt, é uma distopia vivida em Salvador e repleta de metáforas que falam da sociedade atual. O conto apresenta uma realidade em 2040 em que não existem mais casamentos, a ideia de ser filho de alguém ou quaisquer percepções de família. É necessário seguir as regras de um governo totalitário para não sofrer as terríveis consequências.
4. A Paciente Silenciosa | de Alex Michaelides
Alicia Berenson escreve um diário para colocar suas ideias em ordem. Ela tinha 33 anos quando matou seu marido com cinco tiros. E nunca mais disse uma palavra. O psicoterapeuta forense Theo Faber está convencido de que é capaz de tratar Alicia, depois de tantos outros falharem. E, se ela falar, ele será capaz de ouvir a verdade?
5. Roube Como um Artista | de Austin Kleon
Verdadeiro manifesto ilustrado de como ser criativo na era digital, o livro do designer e escritor Austin Kleon ganhou a lista dos mais vendidos do The New York Times. Com bom humor, ousadia e simplicidade, ele mostra que aguçar a própria criatividade e ser mais produtivo pode ser mais simples do que muitos pensam.
6. Ted Bundy: Um Estranho ao Meu Lado | de Ann Rule
Theodore Robert Bundy foi um dos mais temíveis assassinos em série da história dos Estados Unidos durante a década de 1970. Ele matou mais de 36 mulheres de formas bárbaras, chegando a decapitar vítimas. Apesar das várias produções sobre Bundy, é difícil encontrar um compilado tão completo, profundo e elogiado. É o que Ann Rule consegue fazer na sua obra. Ela, que conviveu com o assassino, fez uma das maiores pesquisas sobre camadas da vida do criminoso. Para quem ama psicologia, é uma excelente pedida: mas é bom se preparar, porque tive pesadelos ao ler.
7. Nossa Música | de Dani Atkins
Ally e Charlotte poderiam ter sido grandes amigas se David nunca tivesse entrado em suas vidas. Mas ele entrou. Oito anos depois do último encontro, o que Ally menos deseja é rever o ex e sua bela esposa. Porém, o destino tem planos diferentes e, ao longo de uma noite decisiva, as duas mulheres se reencontram na sala de espera de um hospital, temendo pela vida de seus maridos. Diante de incertezas que achavam ter vencido, elas precisarão repensar antigas decisões e superar o passado para salvar aqueles que amam. Uma trama emocionante feita para repensar a sororidade nas entrelinhas.
8. O Peso do Pássaro Morto | de Aline Bei
Livro vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura 2018 na categoria Melhor Romance de Autor Estreante com Menos de 40 anos, O Peso do Pássaro Morto é um tesouro inovador. Nele, vamos acompanhar a vida de uma mulher, dos 8 aos 52 anos, desde as singelezas cotidianas até as tragédias que persistem, uma geração após a outra. Um livro denso e leve, violento e cicatrizante.
9. Todo Dia a Mesma Noite: A História Não Contada da Boate Kiss | de Daniela Arbex
O incêndio na boate Kiss foi uma tragédia que matou 242 pessoas e feriu 680 outras numa boate da cidade de Santa Maria, no estado brasileiro do Rio Grande do Sul. O livro escrito pela jornalista Daniela Arbex traz pesquisas aprofundadas e entrevistas delicadas sobre o que foi a tragédia da Kiss enquanto exibiu, com sensibilidade, os processos de luto, as visões e dores daqueles que perderam seus entes queridos.
10. Depois Daquilo | de Vanessa Brunt
Para fechar a nossa lista, trago uma das minhas obras mais recentes. O livro Depois Daquilo mergulha em reflexões sobre diferentes tipos de cicatrizes (amorosas, profissionais, familiares) e mistura crônicas/textos, frases soltas pelas páginas e pequenos poemas. Em todos os escritos, que visam a cura, estão brincadeiras feitas com as palavras, as quais são cortadas/quebradas para que sejam vistas de outras maneiras ou exibidas com novos significados. É nele onde está a frase "Transbordo em tudo. Fico onde couber."
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Redação iBahia
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