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Laurentino Gomes fala ao iBahia sobre o sucesso de seus livros

Jornalista esteve na cidade de Cachoeira, na última quinta-feira (24), para participar da Flica

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25/10/2013 às 17:40 • Atualizada em 02/09/2022 às 3:16 - há XX semanas
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Laurentino: "Democracia não se faz no grito"
Com milhões de livros vendidos e veterano nas listas de mais vendidos, o jornalista Laurentino Gomes falou ao iBahia sobre o que pensa a respeito do sucesso absoluto da própria obra. Em Cachoeira para participar da terceira edição da Flica, o escritor, ao lado de Eduardo Bueno, também autor de livros históricos, compôs a mesa 'Clientes, Coronéis e República', na quinta (24) debatendo com o colega sobre política e história do Brasil. Veja também: "A Internet serve para explorar pessoas burras", diz Ewan Morrison na Flica Laurentino acaba de lançar o livro '1889'(Globo), que narra de forma minuciosa e acessível o processo que levou à Proclamação da República. O jornalista é autor de dois outros livros: '1808' (Planeta) e '1822'(Nova Fronteira). iBahia - Quando decidiu largar a redação para escrever livros? Como isso aconteceu? Laurentino - Isso foi uma boa coincidência, a vida é cheia disso, temos que aproveitar ao máximo. Eu era editor da Revista Veja, que tinha uma série de reportagens especiais sobre história do Brasil. Quando o projeto foi cancelado, decidi transformar em um livro-reportagem. iBahia - Sempre se interessou por história do Brasil? Já pesquisava sobre isso antes de escrever o livro? Laurentino - Sempre li bastante história. Sou um jornalista que escreve numa linguagem mais acessível, para um leitor comum que não está habituado a esses temas. Mas bebo da fonte dos historiadores, uso o trabalho acadêmico deles para fazer um livro de divulgação científica. O que quero ser é um abridor de portas para a história do Brasil. iBahia - Então seria essa 'linguagem mais acessível' a responsável pelo sucesso dos livros? Laurentino - Acho que a linguagem contribui muito para o aumento do interesse. O jornalismo desenvolveu técnicas para atrair a atenção do leitor e retê-la. Então é uma mistura muito sutil da forma de construir o texto, a forma de construir a capa de um livro... é uma isca que lanço para o leitor. iBahia - Em suas palestras, você sempre analisa a política brasileira. Qual o seu posicionamento com relação às recentes manifestações que estouraram pelo país? Laurentino - Não devemos nos assustar com as manifestações. Elas são parte da democracia, mesmo quando degeneram em quebra-quebra. As instituições precisam estar preparadas para lidar com esse tipo de desafio. Claro que democracia não se faz no grito, mas tudo isso é um sinal de vitalidade dos jovens; significa que eles se interessam pela vida política. O que precisamos fazer é transformar essa energia das ruas em voto consciente, porque esse é o instrumento que temos para transformar o Brasil. iBahia - E depois de '1889', tem algum novo projeto em andamento? Laurentino - Não decidi ainda. Há alguns temas que me atraem, como Guerra do Paraguai, conflitos do período da Regência, como Sabinada, Balaiada, Cabanagem. Também me interesso muito pela inconfidência mineira. Apenas tenho uma única certeza: não escreverei mais livros com datas na capa.

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