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O livro 'Graffiti Salvador' das baianas Bárbara Falcón e Carol Garcia possui mais de 300 imagens de grafites da capital baiana (Foto: Carol Garcia/Divulgação) |
Se há alguns anos o grafite era visto como uma atividade marginal, hoje o trabalho dos grafiteiros já é encarado como arte e as criações deles já estão incorporadas à paisagem de metrópoles como Salvador. Muito justo, então, que os trabalhos de nomes conhecidos da arte de rua soteropolitana, como Dimak, Denissena e Eder Muniz sejam registrados em um livro de arte: Graffiti Salvador (Pinaúna/192 págs), da antropóloga Bárbara Falcón e da fotógrafa Carol Garcia. O trabalho será lança na próxima sexta-feira, em evento para convidados, às 19h, no Lálá Multiespaço, no Rio Vermelho.Os interessados em adquirir o livro podem preencher um cadastro no site
www.graffitisalvador.com e pedir um exemplar, caso ainda haja disponibilidade, já que a tiragem é limitada.
Arte“O grafite já se firmou como arte e é uma expressão de resistência. E hoje já ganha espaço em galerias e museus. Mas sentíamos falta de um registro em livro do grafite baiano”, diz a baiana Carol Garcia, 30 anos. Graduada em comunicação, a fotógrafa é a responsável pelos mais de 300 cliques registrados no livro. Algumas imagens mostram os grafiteiros em atividade, enquanto outras registram a população interagindo com as criações dos artistas. “Eu achava que fotografar apenas os grafites seria simplista. Então, o objetivo do livro é mostrar quem faz e o que os motiva”, diz Carol, que em 2006 já havia feito uma exposição sobre os grafiteiros baianos.Além das fotos, o livro traz perfis de 28 grafiteiros que se destacam em Salvador. Um dos critérios adotados para a escolha dos personagens foi que eles tivessem uma quantidade significativa de criações espalhadas pela cidade.
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Capa do livro, que será lançado nesta sexta (28) no Lála Multiespaço, no Rio Vermelho (Foto: Divulgação) |
EntrevistasOs textos dos perfis foram escritos pela baiana Bárbara Falcón, 39, que pesquisa antropologia urbana. “Criei um roteiro básico para entrevistar os grafiteiros, que falam sobre a trajetória deles e como começaram na arte”, diz Bárbara.As autoras chamam a atenção para a dificuldade que tiveram em encontrar mulheres grafiteiras “Algumas, como Sista Kátia e Shirley, são citadas, mas só conseguimos entrevistar uma delas. Há várias mulheres pintando, mas muitas começaram há pouco tempo, por isso não entraram no livro”, lamenta Carol.Um dos entrevistados, Dimak, 40, lembra em seu depoimento de seu início como grafiteiro. Formado em Artes Plásticas, ele diz que o grafite se popularizou, em parte, graças à mídia e à moda, que absorveram a cultura hip hop.“É importante esse tipo de registro em livro, para pontuar o trabalho das pessoas que estão na cena atual. Toda cidade devia ter um registro como esse”, arremata Dimak.