|
---|
Ana Tereza Baptista e Mário Magalhães sobre os percalços de se escrever uma biografia |
O que leva uma pessoa a se interessar tanto pela vida de outra que a faz se dedicar a escrever uma biografia que leva anos e anos para ser concluída? Foi sobre isso que o jornalista Mário Magalhães falou na mesa 'Vidas Comuns, Vidas Notáveis', no segundo dia da Flica 2013. Autor do livro 'Marighella, o Guerrilheiro que incendiou o Mundo', premiado com o Jabuti de melhor biografia, o jornalista também falou sobre os percalços de se escrever uma biografia, sobretudo no que diz respeito à imparcialidade por parte do autor. "Biógrafo não é advogado nem juiz de seu biografado. Publiquei o que apurei", afirma.
Veja também: "Nem todo mundo pode ser poeta", diz Elieser Cesar na Flica 2013 |
---|
Mário: "Biógrafo não é advogado nem juiz de seu biografado" |
Um tema que não poderia deixar de vir à tona foi a censura a biografias não autorizadas por parte da família ou do próprio biografado. Questionado sobre o recente caso envolvendo o cantor Caetano Veloso, Magalhães pediu que não o fizessem "endemonizar Caetano" e disse que o artista tinha todo o direito de impedir a circulação da obra que contava detalhes de sua vida. No entanto, diz que o direito de se publicar uma biografia não autorizada deve ser resguardado. Segundo ele, o livro sobre o herói comunista Marighella não teve os originais submetidos a qualquer apreciação da família do biografado. Dividindo a mesa com Mário, a também jornalista Ana Tereza Baptista alega que não tem qualquer interesse em escrever uma biografia não autorizada. "Nunca fiz isso e pretendo não fazer. Sempre pedi autorização", declara a autora da biografia sobre o baiano Chico Pinto. A programação da Flica continua nesta sexta-feira (25) com a mesa 'O Não Legado da Literatura', com o escocês Ewan Morrison e o mineiro Sérgio Rodrigues.
Clique aqui e confira a programação completa.