Ciranda, cantiga de roda, danças, amarelinha e outras brincadeiras mais: essas são as lembranças que Nairzinha quer resgatar na memória afetiva e manter nas crianças do futuro ao lançar o seu primeiro livro infantil “Casa de Vó”.
Com 73 anos, a cantora, pesquisadora, assistente social, antropóloga e agora escritora, possui uma alma de criança e faz questão que isso fique em evidência no primeiro volume de uma coleção que promete ter 10 livros.
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Lançado pela Guaxe Produções e ilustrado por Kuy, “Vó que Brinca” aborda a narrativa de uma infância saudável e a beleza do relacionamento entre avós e netos. "Quero mostrar para os avós que eles são importantíssimos nessa construção de um mundo mais fraterno e amoroso”, disse Nairzinha ao iBahia.
O lançamento da obra acontece neste domingo (24), às 15h, na Livraria LDM do Shopping Bela Vista (entrada gratuita/ valor do livro R$ 40,00).
“Eu acho importantíssimo a gente manter a criança num mundo de fantasia. A vida é muito dura, não custa nada a gente manter essa relação de avó e neto: um espaço de alegria”, continuou a vovó Naná.
Com altas expectativas para que a obra ganhe o mundo, Nairzinha almeja que os mil exemplares impressos sejam adquiridos rapidamente.
“O livro é lindo, é muito bem ilustrado, Uma criança que não sabe ler consegue aprender a história. É uma obra que vai trazer a proximidade entre gerações. Eu estou muito otimista. Acho que vamos vender rapidinho”, completou ela.
Nairzinha e todo o seu legado
Nair Spinelli Lauria, a Nairzinha, desenvolve no imaginário de crianças e adultos os encantos do folclore nacional infantil desde a década de 70.
Dona de um acervo de mais de duas mil peças, a pesquisadora reúne obras como cantigas, parlendas (versos ritmados como por exemplo, “1 e 2, feijão com arroz… 3 e 4, farinha no prato"), fotos e textos variados. Segundo Nairzinha, são 48 anos de dedicação. E o gatilho para que tudo isso fosse possível começou com um incentivo inusitado.
Em um evento da prefeitura, Nairzinha resolveu sair do script programado e puxou cantigas de roda.
"A Lapa ficou toda em roda. Era a coisa mais linda, o povo dançando. Até que uma mulher, que estava embriagada, resolveu subir ao palco e me pediu meu microfone. Ela cantou 'a rosa vermelha é meu bem querer. A rosa vermelha e branca, hei de amar-te até morrer' [Ciranda da Rosa Vermelha de Alceu Valença]. E foi essa mulher que me empoderou a ir para as ruas e cantar com as crianças", contou Nairzinha.
"Logo após isso resolvi ir para as ruas educar as crianças. Foram quase 7 mil em duas comunidades: Cidade Nova e Àguas Claras. Depois capacitei 41 mil professores para utilizarem a história da brincadeira brasileira como estratégia didática ee conteúdo transversal em sala de aula", continuou ela.
Vale destacar que parte do acervo da vovó Naná foi doada pela família de Esther Pedreira de Cerqueira, pesquisadora do folclore nacional, que morreu em 1982, aos 99 anos.
Uma vovó que se atualizou com o tempo
Engana-se quem pensa que Nairzinha é leiga quando o assunto é internet. Ativa nas redes sociais, a artista pode ser encontrada no Spotify, Instagram, Facebook e também no YouTube. Ela ainda possui um site e todo o acervo da pesquisadora pode ser encontrado no aqui.
Serviço
Autora: Nairzinha
Editora: Guaxe Produções
Valo: R$ 40 - 40 páginas
Ilustrações: Kuy
Lançamento: Domingo (24), na Livraria LDM do Shopping Bela Vista.
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Lucas Sales
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