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Artes gráficas assinadas por Cau Gomez |
Quem nunca se deliciou ao ler histórias em quadrinhos ou caiu no riso com tirinhas de jornais? Gibis, tirinhas, charges, cartuns e desenhos em geral são trabalhos de profissionais que atuam em diversas áreas, e ilustram páginas e textos em veículos de comunicação. Atualmente, a Bahia está bem representada por grandes desenhistas como
Cau Gomez,
André Leal,
Simanca,
Gentil e
Antonio Cedraz, só para citar alguns. Mas como anda este mercado por aqui?Ilustradores concordam que o mercado baiano está fragilizado e há uma grande fuga destes profissionais para outros estados - e até outros países -, onde a procura por parte das empresas é maior e a remuneração melhor. “O mercado está defasado e remunera mal os excelentes profissionais atuantes e os jovens estudantes, muitos deles talentosos e promissores, que são desestimulados por isso e também pela ausência de encontros e eventos voltados para a reciclagem de conhecimentos e troca de experiências”, diz Cau Gomez, ilustrador com mais de 25 anos de profissão.Mesmo com a suposta escassez no mercado, os profissionais baianos não param de apresentar novas ideias e projetos. É o caso de André Leal - conhecido por misturar personagens de histórias em quadrinhos com pessoas reais em seus trabalhos -, que lançará, em breve, o álbum
"São Jorge da Mata Escura", uma HQ com roteiro de Marcelo Fontana e apoio da RV Quadrinhos. O enredo se passa na Bahia e traz arquétipos de Iansã e Oxossi. O desenhista também está no projeto "No Quarto Ao Lado", com roteiro de Marcelo Lima, e no "Quarta-Feira de Cinzas", que possui roteiro de Marcelo Saravá. Leal, que se declara fã do desenhista italiano de HQs Vittorio Giardino, ainda trabalha em sua personagem em 3D chamada
Patrícia Carla.
Cena em destaque |
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Antonio Cedraz, o pai da Turma do Xaxado |
Antonio Cedraz - O personagem principal é Xaxado, menino despachado que vive alerta para preservar os costumes herdados do avô, um dos cangaceiros de Lampião. “Xaxado sou eu quando era menino. Nasci e me criei na roça. Com ele, estou contando minha história”, afirma o autor, que cunhou sua cria há 13 anos, em entrevista ao Correio.Outros tipos gravitam em torno do menino: o preguiçoso Zé Pequeno, a intelectual Marieta, o arrogante Arturzinho, a ecologista Marinês e seu irmão, o músico Capiba. É essa galera que apronta todas em histórias objetivas, construídas com humor, claro, mas com um certo toque de crítica social. Cedraz fala da seca, da rotina mais lúdica da vida na roça e das figuras do folclore.
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Cau recebeu mais de 45 prêmios internacionais |
Cau Gomez já exibiu seu talento nas revistas Playboy, Veja, Bundas e os jornais O Estadão, JB, Courrier International, O Pasquim 21 e A TARDE, onde o veterano trabalha como chargista e ilustrador há mais de dez anos. Além disso, frequentou e foi premiado por mais de 45 vezes em Salões de Humor em vários países, e convidado para ser jurado em outros. O artista assina diversos projetos grandiosos como o cenário do “Noite do Griot 2010”, em Belo Horizonte, com realização do Centro Cultural Casa África, e que presta reverência à tradição oral. Já ilustrou livros históricos como “Bahia, 1798”, do professor Luis Henrique Dias Tavares, e foi convidado para ilustrar um livro infantil sobre a infância do capoeirista Mestre Pastinha; também vai fazer a capa do CD “A Cara e a Coragem”, que deve ser lançado em julho, em homenagem aos 30 anos de carreira de Guilherme Arantes. Um dos projetos futuros está a organização de uma exposição com todos os seus trabalhos e a publicação de um livro e um catálogo com suas obras. “Tudo isso me leva a acreditar fielmente na perpetuação do livro como produto de propagação e junção harmoniosa entre a narrativa e a imagem”, conta. Cau indica dois novos talentos soteropolitanos:
Túlio Carapiá e Bruno Aziz.
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André Leal está trabalhando numa personagem em 3D |
André Leal nasceu em Salvador e começou a desenhar como todo mundo, com lápis e giz de cera, no jardim de infância, ainda antes de aprender a ler e escrever. Fã de Manara, Moebius, Liberatore, Serpieri e John Findley - das páginas da revista Heavy Metal americana; Frank Cho, Adam Hughes e Vittorio Giardino – pela Internet – também são grandes influências. No final dos anos 90, entrou para a faculdade de Filosofia na UFBA (Universidade Federal da Bahia) e, numa das matérias, passou fazendo um trabalho que era, em parte, uma HQ sobre Santo Agostinho.Leal gosta de usar amigos e parte de suas histórias para interagir com personagens inventados em suas HQs, tendo publicado em diversas revistas, livros, jornais e sites, tais como Front, Superinteressante, VIP, TRIP, A tarde, Correio da Bahia e outros. Trabalhando como freelancer, Leal faz ilustração e quadrinhos, ouvindo música o dia inteiro.
GLOSSÁRIO |
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Se você gosta de desenho e tem vontade de trabalhar no mercado editorial e de ilustração, confira o glossário abaixo: |
Ilustração: São comuns em jornais, revistas e livros, especialmente na literatura infanto-juvenil. A ilustração é uma imagem pictórica utilizada para acompanhar, explicar, interpretar, acrescentar informação, sintetizar ou até simplesmente decorar um texto. Embora o termo seja usado, freqüentemente, para se referir a desenhos, pinturas ou colagens, uma fotografia também é uma ilustração. Além disso, a ilustração é um dos elementos mais importantes do design gráfico. |
Desenho: O desenho é um suporte artístico ligado à produção de obras bidimensionais, diferindo, porém, da pintura e da gravura. Neste sentido, o desenho é encarado tanto como processo quanto como resultado artístico. |
Animação: Animação refere-se ao processo segundo o qual cada fotograma de um filme é produzido individualmente, podendo ser gerado quer por computação gráfica quer fotografando uma imagem desenhada quer repetidamente fazendo-se pequenas mudanças a um modelo (ver claymation e stop motion), fotografando o resultado. Quando os fotogramas são ligados entre si e o filme resultante é visto a uma velocidade de 16 ou mais imagens por segundo, há uma ilusão de movimento contínuo (por causa da persistência de visão). |
História em quadrinhos: As histórias em quadrinhos começaram no Brasil no século XIX, adotando um estilo satírico conhecido como cartuns, charges ou caricaturas e que depois se estabeleceria com as populares tiras. A publicação de revistas próprias de histórias em quadrinhos no Brasil começou no início do século XX. Mas, apesar do país contar com grandes artistas durante a história, a influência estrangeira sempre foi muito grande nessa área, com o mercado editoral dominado pelas publicações de quadrinhos americanos, europeus e japoneses. |
Gravura: é uma imagem representando algo, como pintura, desenhos, relevos, etc. O material pode variar e classifica-se a gravura de acordo com o material de que é feita. |
ONDE APRENDER: "Oficina HQ" Oficina de quadrinhos para adolescentes e adultos Oficinas de desenho para crianças de 7 a 12 anos Contato:
[email protected] www.oficinahq.com