Técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) admitiram que o organismo precisa melhorar a análise das dívidas públicas dos países, depois de ter falhado no caso da Grécia. A conclusão consta de relatório divulgado hoje (12). Segundo o documento, previsões mais bem elaboradas poderiam ter alertado com maior antecedência para a crise da dívida grega, que levou o país a pedir ajuda ao FMI e à União Europeia. Os estudos devem levar em conta a preocupação com a sustentabilidade dos débitos – se os países têm condições de arcar com o endividamento. “Antes da crise, as análises do fundo nem sempre davam atenção suficiente para a sustentabilidade da dívida pública em países com mercado de acesso, especialmente em economias avançadas”, destacou o documento. “Tornou-se necessário modernizar o enquadramento de política fiscal e de análise de sustentabilidade da dívida pública.” O relatório ressalta que, em 2007, um estudo dos economistas do FMI previa que, no pior cenário, a dívida pública da Grécia chegaria a 98% do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2013. Na verdade, a relação entre a dívida e o PIB atingiu 142% no ano passado. Entre as sugestões apresentadas, está o reforço da fiscalização das contas do país a partir do momento em que a dívida pública superar 60% do PIB. A recomendação deve ser implementada nos próximos meses. Os técnicos do FMI também propuseram que os estudos passem a levar em conta o realismo dos orçamentos dos países para fazer frente ao pagamento da dívida pública, a análise dos riscos financeiros e a composição da dívida pública. Foi sugerido ainda que os estudos levem em consideração os passivos, como o pagamento de benefícios sociais e previdenciários, para verificar a sustentabilidade da situação fiscal dos países.
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