O grupo de jogadores brasileiros, suas famílias e profissionais do futebol ligados ao Shakhtar Donetsk e ao Dínamo de Kiev não conseguiu deixar a capital ucraniana na noite da sexta-feira (26). Por falta de segurança, eles decidiram não seguir à Estação Central de Kiev e tentar pegar o trem oferecido pelo Itamaraty como alternativa para chegarem à fronteira da Ucrânia com a Romênia.
Eles foram avisados pelo Itamaraty, com pouca antecedência, de que um trem partiria com destino à cidade de Chernivsti, no oeste da Ucrânia, de onde poderiam tentar chegar à Romênia. Mas sem qualquer garantia de segurança, o grupo optou por permanecer no Hotel Ópera, onde estão instalados em um bunker.
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No Instagram, Marlon fez uma publicação às 2 horas de Kiev (21 horas de Brasília), em que confirmava a situação dramática dos brasileiros que estão abrigados no hotel.
"Seguimos no bunker do Hotel Ópera, em Kiev. Não tentamos embarcar no trem organizado pela embaixada brasileira. Seria um alto risco para todos nós.".
Em comunicado, a Embaixada do Brasil em Kiev havia explicado que um trem partiria de a Estação Central de Kiev, com destino à cidade de Chernivtsi, no oeste do país. E que "os cidadãos que decidirem escolher essa viagem o farão por conta e risco próprio" e que "a embaixada terá condições mínimas de prestar ajuda durante o trajeto até a fronteira com a Romênia".
Explicava que quem considerasse a viagem deveria entender que "a situação de segurança e de disponibilidade de transporte na cidade é instável e sujeita a mudanças repentinas, de modo que não é possível garantir a partida ou lugares suficientes."
Além disso, foi avisado que a prioridade seria para mulheres, crianças e idosos. E que deveriam "ter em conta relevantes dificuldades na chegada, onde há problemas com a falta de hospedagem, transporte para a fronteira, bem como longas filas na imigração".
Os jogadores gravaram novo vídeo em que comentam o fato de não terem conseguido embarcar no trem: "Mais uma vez estamos aqui reunidos, desta vez indignados porque está chegando num nível de cansaço e com muita agonia e a falta de alimento, de fralda e de leite tem aumentado. E a gente não vê uma solução. Está muito difícil. Pedimos ajuda, por favor".
Em outra parte dizem: "A única solução que deram para nós foi o tal de trem, mas estamos numa área em que infelizmente está na guerra e até chegar ao trem ou metrô (para viajar à estação citada pela Embaixada) teríamos de andar por cerca de um quilômetro com crianças e idosos, não teríamos transporte nem suporte para chegar nesse trem, em segurança. Concordamos, todos, em nos manter aqui, em segurança e com vida".
Marlon, zagueiro do Shakhtar, contou em vídeos anteriores e entrevistas que há outros estrangeiros no hotel e que todos dividem um bunker, para maior segurança. Disse que começa a faltar comida e que já havia indicado a falta de leite e fraldas.
Com a dificuldade para encontrar mantimentos, Marlon relatou que o atacante Junior Moraes, brasileiro naturalizado ucraniano que também atua no Shakhtar, precisou deixar o hotel para procurar um supermercado.
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Redação iBahia
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