Médicos do Egito que prestaram atendimento a manifestantes da Praça Tahrir, no Cairo, disseram que muitos foram alvo de gases tóxicos, lançados por policiais para conter os protestos contra o regime de transição egípcio. Foi o quinto dia consecutivo de manifestações no país. Os manifestantes exigem o fim do poder da Junta Militar que assumiu o governo em fevereiro, com a queda do ex-ditador Hosni Mubarak. O chefe do Conselho Supremo da Forças Armadas, Hussein Tantawi, informou que estão garantidas as eleições parlamentares do dia 28 e as presidenciais, até junho de 2012. Porém, os manifestantes cobram a antecipação das eleições presidenciais para antes de abril de 2012. Organizações não governamentais estimam que, desde sábado (19), 33 pessoas morreram e mais de 2 mil ficaram feridas. O Prêmio Nobel da Paz de 2005 e candidato à Presidência da República, Mohamed El Baradei, classificou os confrontos no Egito como “massacre”. Os manifestantes acusam a Junta Militar de manter antigas práticas. No Egito, os militares têm privilégios que não são concedidos aos civis, como benefícios para compra de imóveis residenciais e salários mais elevados.
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