A polícia japonesa prendeu uma mulher de 49 anos suspeita de esconder seu bebê natimorto num armário de uma estação de trens nos arredores de Tóquio. Emiri Suzaki compareceu voluntariamente a uma delegacia e confessou armazenar o corpo desde o nascimento da criança, há “quatro ou cinco anos”. Com a informação, agentes foram até o local e encontraram o corpo em decomposição enrolado numa sacola plástica.
— Eu entrei em pânico por não ter dado à luz uma criança viva e guardei o corpo porque não poderia me desfazer dele — relatou Emiri aos policiais, segundo a agência Kyodo News.
Emiri abandonou o corpo do bebê num armário pago na estação Uguisudani e, ao longo desses “quatro ou cinco anos”, continuou pagando pelo aluguel do espaço. De acordo com o jornal “Asahi Shimbun”, o custo é de US$ 1,80 por dia, cerca de R$ 7,35. Se o débito superar os US$ 8,86, a operadora teria o direito de esvaziar o armário e checar seu conteúdo.
Desempregada, Emiri se apresentou à polícia na segunda-feira, após ter deixado a casa de um amigo onde vivia por causa de uma discussão. Ela esqueceu a chave do armário e temia que o amigo descobrisse o corpo do bebê. Ela foi presa por suspeita de ocultar um cadáver. A polícia acredita que o corpo foi abandonado logo após o parto, mas a causa da morte ainda está sendo investigada.
Em entrevista à BBC, Cassandra Chiu, do Centro de Aconselhamento Safe Harbour, em Cingapura, comentou que natimortos podem causar lutos tão intensos e duradouros que a retomada da vida normal se torna difícil.
— Normalmente se seus amados sofrem com uma doença e morrem, ou quando parentes idosos se vão, você tem um tempo para começar o processo de luto — explicou. — Mas um natimorto é muito diferente, ninguém espera ter uma morte após o parto. Me parece óbvio que ela estava sofrendo de complicações no luto.
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Redação iBahia
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