Quem não desceu na 'Boquinha da Garrafa' ou não fez a 'Dança do Maxixe', cresceu errado nos anos 90 no Brasil. Dois dos maiores sucessos da música baiana no país são hits de uma banda que parece não envelhecer, mesmo com o passar dos anos.
A Companhia do Pagode, comandada pelo cantor Diumbanda, hoje com 59 anos, foi a convidada do programa Atitude, da Bahia FM, deste domingo (12), e conversou com o iBahia sobre o fato da banda continuar sendo um sucesso no país, mesmo após tantos anos da grande estreia nos palcos.
"A grande história da Companhia do Pagode durante todos esses anos é nós mantermos essa essência, trazendo elementos novos, mas sem perder a característica, sem perder aquele push de Companhia do Pagode. Nós temos sempre que inovar ,se não tiver inovação você fica para trás. E quem não é visto não é lembrado, e agora a gente tá sendo visto, estamos sendo lembrados. E como eu digo até que ele é aquele ditado 19, não é 20 conversa de malandro faz curva diz que tem que o povo vem", conta o artista.
O veterano é responsável não só pelo sucesso da Companhia do Pagode, como de tantos outros grupos musicais que surgiram na mesma época que a banda que comanda até hoje. Diumbanda teve passagens importantes pelo Gera Samba, hoje É O Tchan, e Terra Samba.
"A minha história com Companhia do Pagode vem antes disso, porque eu fundei o Gera Samba, depois passei pelo Terra Samba, e fui convidado para montar a companhia do Pagode que foi esse sucesso em 15 dias. É uma grande responsabilidade dar continuidade para que viesse outros grupos a seguir esse mesmo trajeto, como Harmonia, Psirico, Léo Santana."
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E se o artista é tratado como precursor, nada mais justo que buscar a opinião de quem deu início ao movimento sobre a cena do pagode na atualidade. Para Diumbanda, há espaço para todos e é necessário ter oportunidades para novos talentos.
"Minha análise é a seguinte: nada é eterno. Antes de eu nascer já existia outros ritmos e eu tive que me adaptar e criar outros formatos, e é o que tá acontecendo hoje na nossa cidade. Acho bacana que o baiano é muito eclético, nós somos ricos em cultura e arte, então acho bom essa moçada nova que tá chegando aí trazer um novo ritmo. Eu estou aqui para aplaudir, não quero criticar. Dou incentivo, a galera só tem que melhorar um pouco as letras, mas o ritmo é maravilhoso. É um ritmo dançante que atrai essa essa meninada."