O @ pode ainda não ser uma moeda oficial, mas não há como negar que o reconhecimento nas redes sociais abre portas para pequenos, médios e grandes empresários mundo afora, e foi um desses arrobas que fizeram com que o negócio de Rosangela de Jesus e Jalily Pereira, mãe e filha, estourassem na web convertendo o like em real.
Convidadas do programa Atitude da Bahia FM do último domingo (21), no quadro 'Na Larica', as proprietárias do Acaracrente contaram a história do acarajé que se tornou o favorito dos influenciadores digitais da capital baiana.
Uma publicação compartilhada por POINT DO ACARACRENTE| ACARAJÉ (@acaracrente)
A forcinha, que parece ser pequena, fez com que o negócio de mãe e filha estourasse na capital baiana. "A gente não tinha esse conhecimento da internet, depois dessa festa, tivemos que ter todo um preparo porque as pessoas começaram a seguir, a procurar para contratar, então tivemos que investir na nossa imagem, na marca, nas redes sociais. Começamos nós duas e agora já temos 7 pessoas trabalhando com a gente".
O apoio surtiu tanto efeito, que mãe e filha celebram ter fechado datas na agenda de eventos do Acaracrente para 2023, ainda no meio do ano. "A gente já tem evento até para o ano que vem. Eu sempre falo para o pessoal, se vocês forem agendar eventos com a gente deem logo pelo menos 10% adiantado para poder guardar a data, porque a gente não tem como garantir. É muita data", conta Jalily.
O boom nas redes sociais também rendeu alguns questionamentos, como por exemplo, o fato do negócio se chamar Acaracrente e pertencer a uma pessoa da Igreja Evangélica e vender uma comida de origem africana com forte associação ao Candomblé.
Ao iBahia, Rosangela conta que não vê problema em seu negócio e faz questão de reforçar o respeito a todas as religiões. "Foi um pouco difícil para as pessoas entenderem que eu estou vendendo o bolinho, a comida. Não estou dizendo que todo acarajé é de crente. Nosso nome veio porque eu vendo acarajé e sou. Não tenho nenhum problema com as religiões".
Jalily relembra que já chegou a ter que se defender dos questionamentos. "Já teve festa que uma pessoa falou 'Ah, mas o acarajé é de Iansã' e eu tive que dizer 'Ó, minha mãe é crente, mas eu não sou não'", contou aos risos. Segundo a empresária, a conversão para a Igreja Evangélica está a caminho.
Apesar de ter levado a situação na esportiva, os ataques também já aconteceram nas redes sociais. Por isso, na página oficial do negócio, mãe e filha deixaram um informativo para os clientes, ressaltando que o Acaracrente não tem intenção de se apropriar do quitute.
"O nome é só uma forma para chamar atenção das pessoas e ter nossa identidade. Nós respeitamos todas as religiões, no nosso Instagram tem textos falando sobre o surgimento do acarajé, tem tudo explicado direitinho", afirma.
Rosangela ainda pontua: "Tenho respeito por todas as religiões. Tenho amigos que são de outra religião que conheci quando ainda não tinha me convertido e nós continuamos nos falando. Tem um pessoal do terreiro que sempre vai lá comer nosso acarajé. A intolerância religiosa não dá nada a ninguém. Eu acho hoje em dia é o amor precisa falar mais alto. E o nosso lema é 'Crente ou não crente, coma Acaracrente'".
Longe das dores de cabeça, mãe e filha ainda contaram ao iBahia como foi todo processo para profissionalizar o Acaracrente, que atualmente tem marca registrada e MEI. "O nosso nome é registrado, porque é a nossa marca. Se tiver outro, é mentira (risos). Tivemos que investir em um uniforme, já que agora trabalhamos presencialmente em festas, investimos também no marketing digital, porque o Instagram é a nossa vitrine".
Os planos de expansão estão para os próximos anos, com expectativa de acontecer o quanto antes. "Nossos planos é expandir o negócio e ter um ponto físico, além de crescer mais a empresa. Estamos trabalhando para tornar esse sonho realidade".
Confira a participação de Rosangela e Jalily, do Acaracrente, no Atitude: