Foi a partir de um grupo de WhatsApp que a banda Samba Ohana surgiu há três anos em Cajazeiras X. Composto apenas por mulheres, o que era apenas um encontro de amigas em um barzinho próximo à Rótula da Feirinha foi amadurecendo e se tornou uma referência musical no bairro. Tendo como grandes inspirações Ivone Lara, Alcione, Beth Carvalho e Mariene de Castro, elas transformam hits de MPB, rock, pop e axé em samba.
A vocalista da banda, Marcela Guedes, fala com carinho da trajetória recente do grupo: “Numa dessas 'reviravoltas', a gente fez um samba que encheu muito. Foi aí que uma pessoa perguntou: “Qual é o nome do grupo?”. Sem pensar duas vezes, a gente lembrou do nome do nosso grupo de WhatsApp, que se chamava Ohana, que significa família, e então definimos que esse seria o nome da banda. Foi a partir daí que surgiu a ideia de criar esse grupo, formado apenas por mulheres, que busca levar alegria para as pessoas”.
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E é através dessa arte que elas - Marcela Guedes, Marília Santana, Morgana Galvão, Diely Moraes, Mariane Santos, Manu Lima e Isabela Castro - levam também representatividade para a região. Marcela Guedes destaca que, além de proporcionar momentos de alegria para as pessoas, o grupo também tem um papel importante na construção social da comunidade.
“O preconceito ainda existe. Então, para a gente que está enfrentando isso, é uma forma de incentivo para outras mulheres, mostrando que, sim, ela pode fazer parte de uma escola de samba ou ser jogadora de futebol, por exemplo. Inclusive, o que a gente mais encontra atualmente são mulheres agradecendo a importância de o Samba Ohana existir”, ressalta a cantora, que ainda cita situações corriqueiras que o grupo enfrenta: “Quando a gente vai tocar em alguns grupos de homens, não estou generalizando, mas há quem levante, solta piadinha, querendo analisar o nosso trabalho, só que a gente precisa ser 300 vezes melhor do que eles. Chegar lá, mostrar nosso samba, alegrar o público dá a resposta, mostrando que o lugar da mulher é onde ela quiser”.
No mundo do futebol, a Arena da Pronaica é o ponto de encontro em Cajazeiras X para os amantes do esporte amador e profissional. No local, acontece a Copa Cajazeiras de Futebol Amador e também são realizados os “babas” semanais de pessoas que querem se exercitar e até mesmo colocar o dom com a bola em prática. É o caso do morador e comerciante Luiz Eduardo Junior, que há um ano se reúne semanalmente com amigos na Arena e acredita que o esporte é uma ferramenta importante de socialização para a comunidade.
“O esporte é algo renovador. Eu tenho pessoas do meu círculo de amizades que foram criadas através do esporte, então eu acho que um local em que se dá a oportunidade de conhecer novas pessoas, ter novas ideias, agregar valores. E quando tem a ausência disso, então oportunidades, muita das vezes negativas, acabam surgindo. Então, credito que os jovens precisam crescer nesse ambiente”, enfatiza Eduardo.
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