A história do Nordeste de Amaralina, em Salvador, está ligada a duas localidades da capital baiana: Rio Vermelho e Amaralina. No início do século XX, quando a região do Rio Vermelho começou a ser ocupada pela burguesia, os pescadores que viviam no bairro passaram a construir suas casas nos arredores. Um dos lugares encontrados foi o alto da colina do Nordeste de Amaralina.
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2010, na época, a região era habitada por cerca de 20 mil habitantes. Conhecido pela diversidade e pelo tamanho, o bairro também é chamado de Complexo Nordeste de Amaralina, em razão da proximidade com as regiões da Chapada do Rio Vermelho, Santa Cruz e Vale das Pedrinhas.
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Projeto Socioeducativo Quabales
O potencial cultural é um dos destaques do Nordeste de Amaralina, e um projeto que favorece esse reconhecimento é o Quabales, que contempla aulas e ações para os moradores da localidade. O grande diferencial é a produção de instrumentos musicais não convencionais a partir de material reciclado.
Idealizado pelo multi-instrumentista, compositor, produtor e performer Marivaldo dos Santos, o projeto nasceu do desejo dele de levar o mundo da arte para os moradores da região onde nasceu e cresceu.
Ao lado da esposa, Fernanda Mello, Marivaldo segue mostrando através da educação que é possível impactar positivamente a vida das pessoas. “A nossa ideia sempre foi trazer a inclusão social e profissional, através da música e da arte. Marivaldo, sendo do Nordeste de Amaralina, foi morar fora do país, integrou grupos reconhecidos internacionalmente e decidiu compartilhar esse conhecimento com a comunidade”, destaca Fernanda.
Atualmente, o Quabales conta com várias ações, todas gratuitas, que atendem cerca de 450 alunos, de idades entre 3 e 89 anos. “A gente começou com a percussão, que sempre foi nossa linha de frente, mas depois surgiu o violão, canto. Também temos dança, capoeira, reforço escolar, aula de fotografia, inglês, entre outros”, ressalta Mello, que fala com carinho sobre o papel da iniciativa para a comunidade.
Problema do bairro
Apesar de ser uma região rica em cultura, o Nordeste de Amaralina possui problemas que afetam a rotina dos moradores. Um deles é a falta de ordenamento no trânsito do bairro. O líder comunitário Rodrigo Coelho afirma que a ausência da fiscalização dos poderes públicos acaba resultando no congestionamento diário.
“O trânsito do Nordeste de Amaralina é muito caótico, porque não há fiscalização da Prefeitura de Salvador. Às vezes, os comerciantes se acham no direito de colocar seus veículos nas portas dos negócios e isso faz com que o tráfego fique ainda mais complicado. Como não há um monitoramento, as pessoas estacionam do jeito que acham que devem”, enfatiza Rodrigo.
“Nós temos muita dificuldade para entrar e sair do bairro. Na via principal - Rua Reinaldo Matos – há sempre carros estacionados dos dois lados da via. Ou seja, uma via que já é estreita fica ainda pior”, ressalta a liderança.
Em nota, a Transalvador informou que faz fiscalizações rotineiras no bairro para coibir infrações no trânsito. Além disso, o órgão destacou que, em caso de identificação de irregularidades, o cidadão pode entrar em contato com a autarquia municipal por meio do Fala Salvador, número 156, ou pelo aplicativo NOA Cidadão.
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