Para manter a tradição de comer caruru, vatapá e peixe na semana santa sem doer no bolso, o soteropolitano vai precisar fazer as compras com antecedência. Faltando pouco mais de uma semana para o feriado, os preços de itens típicos deste período ainda não sofreram grandes reajustes. No Mercado do Peixe e na Feira de São Joaquim, o movimento de consumidores em busca de produtos típicos do período ainda é discreto, mas as pessoas já estão pesquisando e preparando o bolso para as compras da Semana Santa. É o caso da empregada doméstica Edcleide Lis.
"Eu procuro ir pra feira porque lá eu encontro tudo que eu quero gastando o mínimo possível, trocando uma coisa por outra, e fica tudo em conta. A gente chega numa barraca em que o produto custa R$14, mas andando mais um pouquinho a gente já consegue achar o mesmo produto com a mesma qualidade por R$12, por R$13. Então, assim, já da para comprar um azeite de dendê, um leite de coco", explica.
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Quanto mais a sexta-feira santa se aproxima, mais os preços sobem, como já é uma característica dos períodos festivos. E para driblar essa variação nos preços dos produtos, o economista e integrante do Conselho Regional de Economia, Edval Landulfo, fala sobre algumas estratégias que podem ser adotadas.
"O prato da Semana Santa ficou um pouco mais salgado. Ainda mais se for um pescado fresco na semana do feriado, ele fica um pouco mais caro porque além da questão da oferta, nós teremos um aumento porque os comerciantes também precisam lucrar. Quem já vem se preparando com os outros alimentos que vão compor esse almoço, como os itens de supermercado, algo que pode ser feito com antecedência, consegue um preço menor em relação a aquelas pessoas que estão comprando tudo ou vão comprar tudo durante a próxima semana. Então a dica é sempre pesquisar", recomenda.
Um levantamento realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA) apontou que, nos últimos 12 meses, o preço dos produtos ligados à ceia da sexta-feira santa subiu 12,21% no estado. O índice é quase o dobro da inflação geral da região, que é de 6,51%. Enquanto a variação dos pescados ficou em 1,96%, a cebola teve um aumento de 40,95%. O motivo, segundo o levantamento, foi o impacto das chuvas na região Sudeste do país.