A ViaBahia começou nesta quarta-feira (26) a cobrança das novas tarifas nas praças de pedágios em trechos administrados pela concessionária: a BR 324, no trecho entre Feira de Santana e Salvador, e a BR 116, entre Feira de Santana e a divisa entre os estados da Bahia e de Minas Gerais.
De acordo com a ViaBahia, diariamente, 43 mil veículos passam pelas duas rodovias. A medida, no entanto, não foi bem recebida pelos usuários, que denunciam problemas nos trechos.
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O empresário Jean Quadros, que passa pelas rodovias 5 vezes ao mês, diz que se sente lesado pela Via Bahia, já que o valor não é refletido na qualidade dos serviços prestados.
"Você tem a sensação de que você está sendo lesado, roubado, sendo obrigado a pagar por um serviço que não presta, terrível. A rodovia estava melhor antes, quando era administrada pelo governo, pelo DNIT, do que pela concessionária que administra a pista. Você já paga caro por um serviço que não presta, e agora com o novo aumento que está se divulgando, é incabível", reclamou.
Jeferson Laureano, motorista por aplicativo, questionou a legitimidade do aumento e criticou a omissão das autoridades quanto à situação das pistas. "Não tem um órgão competente, e o nosso governo fica aí, de vistas grossas. Não se interessa em resolver o problema da Via Bahia", afirmou.
"Valeria a pena pagar mais caro se a pista fosse devidamente padronizada, tudo certinho, sinalizada, iluminada, sem buracos... Mas não, a pista tá parecendo que você está 'navegando', é a mesma coisa de você pegar um barco e zarpar, que o carro não consegue ficar na sua faixa. Por isso que tem muitos acidentes na BR. Não vale a pena, vale sim a pena eles suspenderem a cobrança, porque dois pedágios em uma mesma via, isso é um absurdo", concluiu Jeferson.
Em nota, a ViaBahia afirmou que "os serviços de conservação e manutenção das rodovias sob sua administração vêm sendo efetuados de forma contínua", e que o seguimento de obras e investimentos nos trechos está sendo discutido com a ANTT.
A ANTT, por sua vez, afirma que o reajuste ocorreu por razões contratuais e em cumprimento a uma decisão judicial do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que "suspendeu várias obrigações contratuais, incluindo investimentos e possíveis multas pelo descumprimento de obrigações e parâmetros de desempenho", o que impede a agência de fazer estas exigências.