Entre 2013 e 2023, mais de 47 mil mulheres foram assassinadas no Brasil, de acordo dados divulgados pelo Atlas da Violência 2025. Neste mesmo período, foram mortas 4.722 mulheres, dentro das próprias residências. Apesar dos esforços das polícias e dos órgãos que lutam pelo direito à vida das mulheres, os números ainda impressionam.

Ana Clara Auto é Coordenadora Estadual da Casa da Mulher Brasileira e afirma que por lá é possível encontrar suporte e acolhimento.
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"A gente tem, funcionando 24 horas, o serviço de acolhimento psicossocial, ou seja, tem uma equipe multidisciplinar composta por psicóloga, orientadora jurídica, assistente e uma enfermeira para acolher essas mulheres, para fazer essa triagem ou preencher a ficha do relato de risco e ver o que ela quer fazer na Casa", explica a coordenadora.
Segundo Ana Clara, além do serviço psicossocial, outros tipos de suporte estão disponíveis na Casa. "Temos a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, a Deam, que também funciona 24 horas dentro da casa, com equipe majoritariamente feminina. São quatro delegadas para fazer esse rodízio, essas oitivas e a solicitação das medidas protetivas, se assim elas quiserem, a partir do registro da ocorrência".

Além dos serviços citados, o Tribunal de Justiça da Bahia e a Defensoria Pública do Estado também estão na Casa da Mulher Brasileira para expedição de medidas protetivas, caso a vítima queira. Se mulher também precisar de acolhimento, a CMB está preparada.
"A gente tem abrigamento de passagem, onde as mulheres podem ficar acolhidas, abrigadas, em até 48 horas, junto com seus filhos, até 18 anos incompletos, até que a gente consiga realocar elas numa rede de apoio, ou conseguir uma passagem para uma unidade de município, ou mesmo encaminhamento para casa abrigo do estado", contou Ana.
Casa da Mulher Brasileira já atendeu mais de 14 mil mulheres
A Casa da Mulher Brasileira, localizada na Av. Tancredo Neves, em Salvador, funciona 24 horas desde 2023. "A demanda é espontânea. Significa que toda e qualquer mulher que passe por uma situação de violência pode chegar na casa. Ela não precisa vir de nenhum outro órgão anterior", diz Ana Clara.

Ela acrescenta que não precisa chegar a partir de outra instituição ou órgão. "Não precisa vir do CRAS - Centro de Referência de Assistência Social, ou de um CAPS - Centros de Atendimento Psicossocial. Pelo contrário. Qualquer mulher que chegue do território da região da cidade de Salvador vai ser atendida na casa", informou Ana.
Casa da Mulher Brasileira realiza intermediação de mão de obra
Muitas dessas mulheres são financeiramente dependentes destes que deveriam ser companheiros, por isso a CMB também pensa na colocação da vítima no mercado de trabalho.

"A ideia é que as mulheres tenham autonomia, tenham programas, tem o SIMM e o SineBahia para fazer com que essas mulheres tenham acesso à vagas de emprego direcionadas à qualificação delas", afirmou.

É preciso lembrar que existe um decreto federal que versa sobre a contratação de mulheres, na qual 8% de vagas das licitações de órgãos federais no estado devem ser destinadas para a contratação de mulheres vítimas de violência. "A gente também faz um encaminhamento pela casa", concluiu a coordenadora.