Famoso como líder da lendária banda de rock Queen, o cantor e compositor Freddie Mercury, que faria 77 anos nesta terça-feira (5), também desenvolveu um trabalho solo em paralelo às atividades com o grupo. Entre 1983 e 1985, Mercury se dedicou à produção daquele que viria a ser o seu primeiro álbum, intitulado "Mr. Bad Guy".
A sonoridade do novo trabalho, lançado em 1985, é bem diferente do que ele vinha fazendo ao lado de Brian May, Roger Taylor e John Deacon no Queen: pop, disco e dance music dominam o álbum, contrastando com o rock que dá o tom dos LPs da banda britânica - que até chegou a experimentar com ritmos mais dançantes no disco "Hot Space" (1982), mas voltou às origens pouco depois. Nenhum dos integrantes do grupo participa de "Mr. Bad Guy", que conta com 11 faixas inteiramente autorais.
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Originalmente, "Mr. Bad Guy" teria participações de Michael Jackson, o que não se concretizou devido a conflitos internos. Uma das faixas que contaria com a voz do Rei do Pop, "There Must Be More to Life Than This", foi retrabalhada e entrou no álbum com a interpretação de Mercury.
Ouça:
O primeiro single de "Mr. Bad Guy" foi aquele que talvez seja o maior sucesso do álbum. "I Was Born To Love You" atingiu o 11º lugar nas paradas de sucesso do Reino Unido à época do seu lançamento. O segundo, a balada "Made in Heaven", permaneceu por quatro semanas nas paradas. Já o terceiro single foi "Living on My Own", que em 1993, dois anos após a morte de Mercury, ganhou um remix feito pelo coletivo "No More Brothers" que chegou ao topo das paradas.
Ouça "I Was Born To Love You":
Ouça "Living On My Own":
Pode-se dizer que "Mr. Bad Guy" não é um álbum feito para agradar aos fãs do Queen, mas com certeza reflete a personalidade de seu criador. Além de cantar e tocar piano e sintetizadores nas faixas, Mercury também cuidou das orquestrações e trabalhou na mixagem. A alma pop das canções reflete uma das facetas do rockstar, que no álbum seguinte da carreira solo, "Barcelona" (1988), viria a explorar seu lado mais operístico ao lado de Montserrat Caballé. Certamente, um astro múltiplo, que vai muito além das fronteiras do rock.
Ouça o álbum "Mr. Bad Guy":