O podcast Geração GFM, veiculado na GFM 90,1 e no YouTube, recebe nesta semana o músico e produtor de conteúdo Léo Trajano, responsável pelo perfil do Instagram @ilove.80s. Com mais de 300 mil seguidores na rede social, a página, que é alimentada em parceria com o jornalista Marcelo Nobre, aposta na nostalgia para louvar a década de 1980, resgatando filmes, séries, músicas, anúncios publicitários e produtos vendidos na época.
Durante a conversa com Thiago Mastroianni, Trajano contou que o perfil é feito "de coração", sem muito planejamento em relação às postagens. A audiência é formada principalmente por pessoas acima dos 40 anos. "A gente posta o que dá vontade. Muitas vezes eu vou pesquisando na internet, garimpando informações dos anos 80 e de repente acho alguma coisa. E aí eu posto e o negócio faz sucesso. Outro dia eu postei um LP do Menudo e tive 40 mil curtidas. Acho que tem dias em que há uma exposição maior, outros dias a exposição é menor. Eu brinco dizendo que é o Instagram dos vovôs, nosso público deve ser o mais velho da rede social. Mas não tem explicação, o pessoal curte muito aquelas coisas que batem muito na nostalgia", pontuou, acrescentando que conteúdos de filmes como "Curtindo a Vida Adoidado", de John Hughes, sempre têm grande repercussão.
Leia também:
Segundo Trajano, uma das principais dificuldades na alimentação do perfil é encontrar registros em qualidade boa o suficiente para serem postados. "Tem alguns objetos, doces, que eu já procurei e só achei fotos em muito baixa resolução. E a gente vai garimpando. O que dificulta nessa época é que não tínhamos a qualidade que a gente tem hoje. Imagine ver os filmes dessa época em alta resolução", disse.
Nostalgia e modernidade
Nascido em 1975, Trajano conta que viveu a infância e a adolescência durante a década de 80, o que faz com que ele tenha um carinho ainda mais especial pelo período.
"A gente viveu um mundo diferente de hoje, mais seguro, um mundo de liberdade, de mais oportunidade, de menos crueldade. (...) O respeito que a gente tinha pela vida, pelo ser humano, até pelos brinquedos que a gente ganhava de presente. A gente ganhava um bonequinho em cima de uma prancha, que nem mexia o braço, e a gente guardava com o maior carinho porque era presente. A gente respirava saúde, jogava bola, soltava pipa, brincava na rua. (...) Hoje existe mais maldade, não existe mais respeito à vida. A gente veio de uma geração na qual a gente respeitava os mais velhos", observou.
Questionado por Mastroianni sobre o "legado" que a geração dos anos 80 deixa para a chamada "geração Z", definição sociológica para pessoas nascidas entre 1995 a 2010, Trajano apontou diversos aspectos culturais e sociais.
"Eu acho que a gente deixou um legado cinematográfico muito grande, as novelas também tiveram uma relevância muito grande, e a música foi uma coisa incrível dos anos 80, que se estendeu pros anos 90. No rock tivemos bandas que começaram nos anos 80 e explodiram nos 90, como Pearl Jam, Nirvana, Red Hot Chili Peppers. Eu sinto muita falta do rock hoje em dia, da música bem trabalhada, elaborada, com arranjos fortes. Hoje em dia tá tão simples fazer música que até a inteligência artificial faz. O que eu queria que tivesse passado mesmo pra essa geração é a batalha pelo que a gente queria. A gente foi pra rua nos anos 80 atrás do que a gente queria, agora está todo mundo dentro de casa, meio passivo", afirmou.
Sobre o Geração GFM
Com muito bom humor e leveza, Thiago Mastroianni e Dino Neto conduzem entrevistas com ícones dos anos 80 e 90, toda semana, em duas versões: uma especial para o rádio 90,1, e outra edição com bate-papo na íntegra no Youtube.
Você também pode ouvir no formato podcast, disponível nas plataformas Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts, Pocket Casts e RadioPublic.
