A noite deste sábado (8) foi tomada pela nostalgia do pop e rock dos anos 80 com shows das bandas Biquíni e Nenhum de Nós, na Concha Acústica do TCA, em Salvador. As apresentações foram repletas de homenagens e participação do público, que chegou a cerca de 2.700 pessoas.
Thedy, vocalista de Nenhum de Nós iniciou a noite declarando que o show seria em homenagem ao ex pianista da banda, João Vicente, que faleceu em março deste ano em Porto Alegre. Ninguém ocupou o lugar do tecladista na banda, porque "ninguém é igual ao João, ele é insubstituível".
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Em entrevista exclusiva ao Mundo GFM, o vocalista desabafou que ainda não sabem como ficará a banda após essa perda, "não tem nada que a gente faça que vai compensar essa saudade, essa ausência, sei lá como é que vai ser daqui para frente porque é uma lacuna que fica".
A banda gaúcha fez ainda um apelo para que o público continue fazendo doações para o estado que está se recuperando da maior tragédia climática já enfrentada.
Nenhum de Nós começou em 1986, com os amigos Thedy Corrêa (vocalista), Sady Homrich (bateria), Carlos Stein (guitarra), Veco Marques (guitarra) e João Vicente (teclados) e ficaram marcados pelas músicas "Camila, Camila" e “Astronauta de Mármore”.
Ambos os grupos iniciaram cedo a carreira na música. Ainda no colégio, aos 18 anos, os artistas do Rio de Janeiro, Bruno Gouveia, Miguel Flores, Álvaro Birita e Sheik formaram a Biquíni Cavadão, em 1985. Atualmente a banda leva o nome apenas de Biquíni e Carlos Coelho entrou, antes da saída de Sheik.
Além de declarar a Concha Acústica "um dos lugares mais lindos, em todo o país, que a banda Biquíni já tocou" Bruno falou sobre amar a cultura baiana e a gratidão que ele tem pelo estado nordestino, que o apresenta tantos artistas de referência.
"Tocar na Bahia é muito espetacular para gente, eu me lembro como se fosse hoje, nosso primeiro show aqui tinha uma menina de 14 anos que foi assistir ao show e depois ela me contou que estava lá. O nome dela? Ivete. Nós temos grandes amigos aqui, fora o fato de amarmos a cultura daqui como Gilberto Gil, João Gilberto, Caetano Veloso." disse o vocalista.
Eles conquistaram os jovens brasileiros nos anos 80 tocando rock nacional e atualmente o poder da nostalgia é o que mantém esses fãs ativos acompanhando os artistas. "Todas as bandas e músicas da geração de pop&rock dos anos 80/90 fazem parte da nossa vida e ajudaram a construir nossa história", disse Augusto, que foi com a amiga Cristiane no show.
Cristiane ainda complementou o amigo falando da emoção de acompanhar desde sempre as duas bandas, "ver eles traz aquela nostalgia que a gente lembra do tempo da adolescência que nos leva a viajar no tempo, é maravilhoso".
Cintia, que já esteve no show do Biquíni no ano passado com a amiga Débora voltou, este ano para matar a saudade das músicas da época de adolescência, as duas contaram que no último show fingiram ter vindo de outro estado para realizar o sonho de uma foto com a banda.
Teve fã no palco
Cheios de energia no palco, a banda Biquíni, fez uma apresentação com muita dança e interação com os fãs. Durante a música "No Mundo da Lua", o cantor Bruno chamou uma pessoa da plateia para cantar com ele no palco. A convidada foi Antonia Luiza, que se divertiu com o convite e aproveitou o momento com os artistas.
Antonia contou ao Mundo GFM que é baiana, mas atualmente mora em Petrolina, no Pernambuco, e viajou mais de 600 km de um estado a outro exclusivamente para curtir o show deste sábado.
A banda, que tem quase 40 anos de estrada, parece ter a mesma animação e energia da adolescência envolvendo os fãs na apresentação, um reflexo da sintonia e amizade dos integrantes desde o início da jornada.
"Eu acho que o maior destaque [da carreira], que eu diria, seria o fato de que a gente teve a loucura de querer começar a fazer isso com 18 anos sem ter a menor ideia do que ia ser e, a partir do momento que recebemos o desafio, a gente encarou isso e buscou sempre fazer o melhor juntos", disse Bruno em entrevista exclusiva ao Mundo GFM.
Além de cantar com a fã no palco, o vocalista foi para a plateia duas vezes ao longo do show para cantar pertinho daqueles que pagaram para os assistir. Na ocasião, aproveitou para dar o microfone a alguns em meio a cantoria. O que emocionou Jamile Pontes, mãe de Benício de 8 anos, que foi um dos sorteados.
Ao final do show, Jamile revelou ao Mundo GFM como foi que ela se tornou seguidora da banda Biquíni quando tinha 18 anos.
"Eu li um jornal sobre um uma pessoa famosa que tinha morrido há um ano, aí falei para a minha mãe 'fulano morreu' e ela começou a cantar a música Tédio: 'leio o jornal que é de ontem, pois, pra mim tanto faz', desde então, dos 18 até 39 anos, eu sou apaixonada pelo Biquíni".
Rock para a nova geração
Tudo que é bom as famílias passam para as novas gerações. Sérgio Izenzê, aproveitou o show de nostalgia para apresentar "as músicas boas" da época para a neta Gabriela, de 8 anos, "trouxe até a netinha para tomar gosto pela música boa, queria mostrar que tem mais estilos além de pagode e funk".
Enquanto uns apresentavam a banda aos filhos e netos, outros na faixa etária de 20 anos já gostam do rock dos anos 80, como Açucena Raízes e Eva Dutra, duas irmãs que adoram as músicas dos grupos Biquini e Nenhum de Nós e deram de presente de aniversário para o pai Véberson os ingressos para o show.
"A sensação de estar aqui no show pela primeira vez é a melhor possível e a gente garantiu um lugar aqui na frente" disse Eva.
