Quase um quarto de tudo o que é publicado no Twitter é falso. Um estudo da Escola de Computação Interativa, do Instituto de Tecnologia da Geórgia, em Atlanta, nos EUA, aponta que quase 25% de tudo o que é noticiado nessa rede social não passa de fábula. Divulgado por publicações como "New Scientist" e "Adweek", o estudo é resultado de um projeto encabeçado por Tanushree Mitra, pesquisadora indiana ligada à Georgia Tech.
Segundo o Folha de S. Paulo, com o objetivo de estimular debate e aprimoramento, todos os dados do levantamento foram liberados para que o público pudesse ter acesso às informações. A liberação visa também permitir novas conclusões além do resultado atual que indica que "alarmantes 23,46% da corrente global de tuítes não têm credibilidade" no âmbito da informação.Uma das sugestões para novos estudos, a partir dos dados coletados, é em função do maior trote de notícia identificado pelo levantamento, nos três meses analisados em 2014: o chamado "apocalipse zumbi do ebola", que surgiu num site de paródia jornalística e acabou virando notício no noticiário regular.O site "Huzlers", que possui conteúdo semelhante ao brasileiro "Sensacionalista", divulgou como "notícia de última hora" que uma "Vítima de ebola se levanta dos mortos na África" tomada pelo "medo de apocalipse zumbi". Apesar de se tratar de uma piada óbvia, a notícia acabou gerando uma "inundação" de desinformação.A "Newsweek" ecoou usando imagens da rede ABC, que mostravam um homem, que se pensava estar morto, tendo sinais de vida na Libéria, apesar da doença que teria "causado sua morte" não ter relação alguma com o ebola. Entre os enunciados usados pela revista em seu perfil no Twitter está o embaraçoso "Vídeo de 'zumbi' do ebola voltando à vida minutos antes da cremação é aterrorizante.""Um pesquisador de saúde poderia investigar como se difundem as teorias populares sobre uma nova doença, como o ebola", sugere Tanushree Mitra. "Esses boatos têm uma estrutura, linguística, temporal ou outra? O banco de dados foi projetado para ajudar a responder perguntas como essa."Chamado de Credbank, o projeto reúne dados somados por "computação de máquina" e avaliações feitas depois por "julgamento humano"."A mídia social ganhou proeminência como fonte de informação, mas persistem os questionamentos sobre a sua capacidade para espalhar boatos e desinformação", justifica Mitra no estudo em que explica como chegou ao banco de dados de 60 milhões de tuítes, a partir de mais de 1 bilhão coletados.
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