Terceiro colocado na disputa presidencial, Ciro Gomes ( PDT ) vai embarcar nesta quinta-feira para a Europa. A viagem do pedetista frustra os planos do PT , que gostaria de contar com a sua participação ativa na campanha de Fernando Haddad no segundo turno contra Jair Bolsonaro ( PSL ) imediatamente.
Ciro planeja voltar ao Brasil somente na metade da semana que vem, quando faltarão cerca de 10 dias para a eleição. A ausência do pedetista do país nos próximos dias prejudica, pelo menos num primeiro momento, a estratégia de dar um caráter de "frente democrática" à candidatura de Haddad na etapa final da eleição. Para passar a ideia de que o presidenciável não representa apenas o PT, o logo da campanha foi trocado, dando destaque para as cores da bandeira brasileira . O vermelho do primeiro turno foi reduzido, e o slogan da candidatura passou a ser "O Brasil para Todos".
A adesão total de Ciro à campanha de Haddad era tratada como questão de tempo pelos aliados do presidenciável petista. Haddad antecipou para a o começo da noite de quarta-feira sua viagem a Brasília, prevista inicialmente para a manhã de quinta-feira. O candidato do PT chegou a desmarcar uma entrevista que daria ao vivo para TV Bandeirantes, em São Paulo. Ciro estava na capital federal por causa da reunião do comando do PDT, mas deixou a cidade antes da chegada do petista.
- Não há nenhum encontro marcado com a campanha do Haddad. Manteremos nossa posição de ter um apoio crítico - afirmou o presidente do PDT, Carlos Lupi.
Para os petistas, o apoio crítico do PDT é considerado pouco. A ideia era que Ciro tivesse uma função importante na campanha para impulsionar a transferência dos 13,3 milhões de votos que obteve no primeiro turno. Aliados de Haddad falavam também que o pedetista seria um nome certo no ministério de um eventual governo petista, com direito a uma pasta importante.
- O Ciro é uma liderança fundamental. Nós esperamos que o Ciro tenha um papel mais ativo do que simplesmente um apoio crítico. A nossa campanha está aberta a ele. O papel do Ciro está reservado para o que ele quiser ser na nossa campanha - afirmou o petista Emídio de Souza, um dos coordenadores da campanha de Haddad, na noite de quarta-feira, depois de o PDT revelar a sua posição.
Em uma postagem nas redes sociais na manhã desta quinta-feira, Haddad declarou que tem "grande respeito por Ciro Gomes e seu partido".
Pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira mostra que 58% dos eleitores de Ciro pretendem votar em Haddad no segundo turno; outros 19% declaram voto em Bolsonaro.
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Redação iBahia
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