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Doenças sexualmente transmissíveis: fertilidade e filhos

“É preciso estar alerta porque nem sempre as doenças sexualmente transmissíveis apresentam sintomas”, alerta Dra. Genevieve Coelho

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19/10/2015 às 8:45 • Atualizada em 01/09/2022 às 3:21 - há XX semanas
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Existem muitas doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), algumas delas podem prejudicar a fertilidade, como é o caso da clamídia e da gonorreia, ou também podem ser transmitidas aos descendentes como é o HIV (vírus da AIDS). “É preciso estar alerta porque nem sempre as doenças sexualmente transmissíveis apresentam sintomas”, alerta Dra. Genevieve Coelho, especialista em reprodução humana e diretora do IVI Salvador, e explica a relação das DSTs com a fertilidade:Clamídia (Chlamydia Trachomatis) Esta bactéria é a principal causa evitável de infertilidade segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), A Clamídia pode atuar de forma silenciosa no organismo sem provocar sintomas, fato que a torna perigosa. Atualmente é responsável por aproximadamente 25% dos casos de infertilidade masculina e feminina. Assim como a gonorreia, a clamídia pode provocar infecções, que quando não são tratadas podem causar doença inflamatória pélvica e obstruir as trompas de falópio. A cura da clamídia é feita através de antibióticos, porém os danos causados por uma eventual doença inflamatória pélvica podem chegar a ser irreversíveis, comprometendo a capacidade de engravidar naturalmente. Durante a gravidez a clamídia pode continuar sendo um risco, já que a doença está associada a complicações gestacionais como abortamento, infecção intrauterina, natimorto, prematuridade, ruptura prematura de membranas e endometrite pós-parto. HPV (Papiloma Humano) O HPV é um vírus que provoca a doença sexualmente transmissível mais frequente que existe. São mais de 150 tipos de HPV, dos quais 40 podem afetar os genitais e 12 podem provocar câncer. Atualmente os tipos de HPV 16 e 18 são a causa de 70% dos casos de câncer de colo de útero, 90% dos casos de câncer de ânus e até 60% dos casos de câncer de vagina. Apesar de que hoje em dia existe a vacina contra o HPV, recomenda-se sempre manter o uso de preservativo, já que sem ele o risco de outras doenças transmissíveis não está sendo evitado.HPV não produz a esterilidade, no entanto existem indícios que caso ocorra uma infecção associada com a clamídia, os riscos de infertilidade feminina por fator tubário aumentam. No caso dos homens, estudos indicam que uma infecção por HPV pode provocar uma diminuição significativa na qualidade do sêmen. Apesar de não ter cura, as lesões causadas pelo HPV podem ser tratadas, normalmente sem afetar a fertilidade posterior.HIV HIV, o vírus da AIDS não compromete a fertilidade, mas pode ser transmitido tanto ao descendente quanto ao parceiro que não esteja infectado. Para evitar o contágio, existem alternativas tanto para o caso da mulher soropositivo, quanto para o caso do homem soropositivo. Em ambos os casos é preciso manter a medicação antirretroviral, ter os níveis de carga viral indetectável e ser acompanhando por um especialista.
Quando a mulher é portadora, engravidar sem transmitir o HIV ao parceiro e descendente é possível fazendo um tratamento de inseminação artificial, onde o espermatozoide é introduzido diretamente pelo canal vaginal, ou por meio de fertilização in vitro, quando a fecundação do óvulo acontece no laboratório e depois o embrião é introduzido no útero materno. A solução dependerá da fertilidade e idade da mulher.
Caso o homem seja o portador, é possível evitar o contágio da mãe e bebê através da lavagem do sêmen em laboratório, com este processo o risco de contaminação é desprezível e até hoje não foram registrados casos. Após a lavagem do sêmen, um espermatozoide é selecionado e introduzido diretamente no óvulo da mulher através da técnica ICSI, realizada por meio de fertilização in vitro.*Conteúdo de responsabilidade do parceiro

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