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Com dívida, livraria Saraiva pede recuperação judicial

Segundo a empresa, o pedido de proteção contra credores não altera o funcionamento das unidades

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Redação iBahia

23/11/2018 às 9:55 • Atualizada em 01/09/2022 às 1:17 - há XX semanas
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A rede de livrarias Saraiva, maior do país, entrou com pedido de recuperação judicial nesta sexta-feira após não conseguir acordo com fornecedores para renegociação de dívidas, que somam R$ 675 milhões. Fundada há 104 anos, a Saraiva tem operações em 17 estados do país. Além dela, a livraria Cultura também está em processo de recuperação judicial.
Foto: Divulgação
O pedido da Saraiva foi protolocado na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central da Comarca de São Paulo. A empresa afirmou em comunicado ao mercado que “a recuperação judicial não altera, de forma alguma, o funcionamento da (área de) varejo, que segue, na data de hoje, com 85 lojas físicas em todo o Brasil e com sua operação de comércio eletrônico”.
A companhia acumula de janeiro ao final de setembro prejuízo líquido de R$ 103 milhões , mais que o dobro em relação ao resultado negativo de R$ 50 milhões de um ano antes. A Saraiva informou que 'tem tomado diversas medidas para readequar seu negócio a uma nova realidade de mercado, com quedas constantes no preço do livro e aumento da inflação". Mas a estratégia não impediu que a empresa buscasse proteção na Justiça contra credores.
No início deste ano, a rede propôs aos fornecedores a negociação de seu passivo, mas sem sucesso. Por isso, a empresa avaliou "que a apresentação do pedido de recuperação judicial seria a medida mais adequada nesse momento, no contexto da crise no mercado editorial, reflexo do atual cenário econômico do país".
O objetivo é "proteger o caixa, fazendo com que a empresa retome sua estabilidade e, posteriormente, seu crescimento econômico, bem como garantir a preservação da continuidade de sua operação nas lojas físicas e e-commerce".
Chegada da Amazon
A rede vinha enfrentando dificuldades financeiras há tempos, levando-a a atrasar pagamento de fornecedores. A turbulência começou em 2014, quando o país mergulhou em profunda recessão, levando os consumidores a pisar no freio nas compras. A chegada da Amazon ao país acentuou a crise, pois muitos clientes trocaram o varejo tradicional pela gigante do comércio eletrônico.
A greve dos caminhoneiros, em maio, também afetou as operações da companhia, com problemas de desabatecimentos. Esse cenário levou a Saraiva a fechar 12 lojas e anunciar o fim de oito espaços da iTown, uma das principais revendedoras da Apple no Brasil, em outubro.
No mesmo mês, a francesa Fnac também anunciou o fim de suas operações no Brasil, e a Cultura pediu recuperação judicial. Em março deste ano, a Laselva, famosa por sua presença em aeroportos, fechou as portas após ter sua falência decretada pela Justiça. Sinais de que o mercado de livros está cambaleante
Livraria centenária
A Saraiva foi fundada em 1914, em São Paulo, pelo imigrante português Joaquim Ignácio da Fonseca Saraiva. Três anos depois, aproveitando sua proximidade com a faculdade de Direito no Largo do São Francisco, passou a editar livros jurídicos.
A expansão da rede começou na década de 1970, com a abertura da segunda loja, na Praça da Sé. Na década seguinte, lojas foram abertas em shoppings e em outros estados do país.

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