Nem tudo são lágrimas no mercado automotivo. O segmentos de usados tem demonstrado resiliência e na contramão da crise tem registrado crescimento nas vendas. Segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), 148.888 novos emplacamentos foram registrados no mês de agosto, contra 816.873 transferências de autos usados. Isso significa que para cada carro zero vendido, cinco usados foram comercializados no país.
Para estimular as vendas, as financiadoras têm garantido facilidades, como entrada a partir de 20% do valor do veículo. Em outra situação não é preciso comprovar renda, ou o financiamento pode ser liberado até para quem está com pequenas restrições no crédito. São estratégias que têm dado certo.Segundo o diretor de marketing da Associação dos Revendedores de Veículos da Bahia (Assoveba), Thiago Bonina, e agosto foi um momento de retomada no mercado de seminovos. “Até o julho, estávamos com queda de 4% em relação ao ano passado. Com os números de agosto, reduzimos essa perda acumulada para 2%. Podemos fechar o ano com um saldo positivo”. O consumidor, contudo, tem de ficar atento. Uma entrada menor significa um valor final mais caro por causa da incidência das taxas de juros no valor pego emprestado para a compra do bem. Grande negócioNa opinião do presidente da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores, Ilídio dos Santos, no atual momento da economia, o seminovo passou a ser um grande negócio. “O carro que tem dois anos de uso chega a ser entre 25% e 30% mais barato do que um zero e, a depender, ainda tem a garantia da montadora. Os consumidores estão pesquisando e vendo o que encaixa melhor no orçamento”, aponta. Segundo ele, a procura por carros com até três anos de uso aumentou 26% em 2016, em cima do crescimento já registrado no ano passado.
“O que muitos não sabem é que é possível comprar um seminovo por meio de consórcio. Os contemplados só precisam escolher o veículo no valor que cabe na carta de crédito”, completa Ilídio. Foi e isso que fez a estudante de Direito Elisiana Santa Rosa. Ela e o marido Luciano pesquisaram vários preços de veículos e, quando foram contemplados, decidiram pela compra de um Punto ano 2014. “Pagamos R$ 35.990 em um carro praticamente novo, completo, emplacado e com uma quilometragem baixíssima. Se fosse comprar um zero, além do preço mais caro, teríamos que pagar ainda mais pelos acessórios”. Incentivos Com o financiamento facilitado, as vendas de seminovos estão em um bom ritmo. De acordo com o proprietário da Pinheiro Veículos, Ari Junior, as vendas de agosto tiveram um incremento de 25% em relação ao mês passado. Segundo ele, é possível financiar um seminovo pagando entrada partir de 20%. “Os clientes que pagam entrada de 30% não precisam comprovar renda”, diz. “Há financeiras que estão aprovando o crédito mesmo para clientes com pequenas restrições”, afirma. Para o proprietário da Bonocar Veículos, Jurandir Chaves, as vendas só não estão melhores graças à greve dos bancos. “Atrapalha um pouco na hora de liberar o crédito”, aponta, antes de vender seu peixe: “Um seminovo 2014/2015 tem custo benefício bem melhor para o cliente. É um carro usado, mas com cara e cheiro de novo, com 10 mil a 40 mil rodados, no máximo”.
Elisiana Santa Rosa saiu da loja com um Punto 2014 (Foto: Marina Silva/CORREIO) |
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Redação iBahia
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