Com a liberação dos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), os brasileiros terão um dinheiro extra para consumir. A primeira recomendação dos economistas, porém, é que o cotista use este dinheiro para se livrar das dívidas, principalmente as consideradas caras (que cobram muitos juros), como é o caso do cartão de crédito e do cheque especial. Com as dívidas quitadas e com uma reserva de emergência já constituída, é hora de investir. Simulações feitas a pedido do GLOBO mostram que o dinheiro pode render o dobro, se bem aplicado.
O governo federal planejava anunciar detalhes sobre o resgate das constas do FGTS nesta quinta-feira. Mas, como a medida ainda precisa passar por ajustes, o ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni informou que o anúncio do saque ficará para a próxima semana. Os valores autorizados para saque ainda estão sendo definidos. De acordo com fontes da equipe econômica, a retirada deve ser limitada a R$ 3 mil por cotista.
Atualmente, o FGTS rende 3% ao ano. Este percentual é menor do que a inflação registrada no ano passado, que ficou em 3,75%. Sendo assim, caso o recurso seja liberado, a melhor alternativa, de acordo com os especialistas, é procurar outro investimento cuja rentabilidade consiga superar a inflação.
A forma mais clássica e simples de investir é a caderneta de poupança, que rende aproximadamente 4,5% ao ano. Supondo que o cotista mantenha R$ 3 mil no Fundo por 15 anos, ele terá R$ 4.673,90 ao fim do período. Se aplicar o montante na poupança, ele terá R$ 5.789,20, ou seja, R$ 1.115,30 a mais.
Se o mesmo valor, R$ 3 mil, for investido no Tesouro Selic (com taxa de 5,5% ao ano, já descontando a incidência de Imposto de Renda), ao fim de 15 anos o trabalhador terá R$ 6.697,43. em mãos. Neste caso, a diferença entre o Fundo e o Tesouro seria de R$ 2.023,53.
Quanto maior a quantidade investida, maior a diferença entre os investimentos. Caso o correntista tenha direito a sacar R$ 10 mil, no FGTS, em 15 anos, este valor subiria para R$ 13.439,16. No Tesouro Selic, no mesmo período, aumentaria para R$ 17.081,44.
— O rendimento do Fundo de Garantia é muito baixo, chega a perder para a inflação. Sendo assim, caso as dívidas estejam quitadas e a pessoa tenha o fundo de emergência constituído, a melhor alternativa é buscar outros investimentos. Até a poupança rende mais que o FGTS — diz Virgínia Prestes, professora de Finanças da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap).
Caso o cotista queira arriscar e buscar mais rentabilidade, ele pode aplicar os recursos em renda variável. Em um fundo multimercado que renda 120% DI (aproximadamente 7,5% ao ano, já descontado IR), os R$ 3 mil iniciais, em 15 anos, renderiam R$ 9.102,21.
Leia também:
Embora o número seja bastante atraente, vale lembrar que a renda variável está sujeita a oscilações do mercado e a liquidez nem sempre é diária (o dinheiro pode levar alguns dias até estar disponível para resgate).
No caso de um resgate de R$ 10 mil do Fundo de Garantia, em 15 anos, o valor passaria para R$ 30.340,71 no fundo multimercado
CONFIRA AS SIMULAÇÕES
Aplicação de R$ 3 mil em 15 anos
FGTS: R$ 4.673,90
Poupança: R$ 5.789,20
Tesouro Selic: R$ 6.697,43
Fundo multimercado 120% DI: R$ 9.102,21
Aplicação de R$ 5 mil em 15 anos
FGTS: R$ 7.789,84
Poupança: R$ 9.648,67
Tesouro Selic: R$ 11.162,38
Fundo multimercado 120% DI: R$ 15.170,35
Aplicação de R$ 10 mil em 15 anos
FGTS: R$ 15.579,67
Poupança: R$ 19.297,34
Tesouro Selic: R$ 22.324,76
Fundo multimercado 120% DI: R$ 30.340,71
Fonte: Virgínia Prestes, professora de Finanças da Faap. Todas as rentabilidades estão livres de IR.
Veja também:
Redação iBahia
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!