O primeiro dia de júri do caso do menino Joel da Conceição Castro chegou ao fim depois de 11h, na noite desta segunda-feira (6). Ao longo do dia, dez pessoas foram ouvidas no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador, incluindo o militar e o ex-militar apontados como responsáveis pela morte do garoto.
Os relatos de tiro acidental e choro dos réus estão entre os destaques da sessão, que começou às 9h e só acabou por volta das 20h. Ao todo, sete jurados estavam presentes: cinco homens e duas mulheres. Familiares e amigos do menino, que tinha 10 anos quando foi morto, também acompanharam.
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O primeiro a citar a versão de tiro acidental foi o ex-soldado PM Eraldo Menezes de Souza, que é apontado como responsável pelo disparo que acertou a cabeça de Joel. Enquanto estava sendo ouvido, ele disse que o tiro foi o segundo disparado na região no dia da morte do menino. O primeiro teria sido em direção aos suspeitos, que os policiais alegam que estavam perseguindo no dia em que aconteceu a situação.
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De acordo com Eraldo, nesse segundo momento, ele teria escorregado, com a arma para cima, e apertou o gatilho sem querer. O tiro teria batido em um toldo, ricocheteado e seguido para a janela do quarto do garoto, que se preparava para dormir. O ex-soldado chorou no momento em que foi questionado se viu o corpo. Ele disse que só soube que tinha atingido a criança depois que tudo acabou.
Já o tenente PM Alexinaldo Santana Souza, que comandava a ação, disse durante a audiência que não teve nenhuma responsabilidade sobre o tiro disparado acidentalmente pelo comandado. O militar alegou que estava mais à frente no dia da ação. Ele disse ainda que encontrou uma arma ao lado da casa de Joel e que apresentou o artefato na delegacia.
Segundo Alexinaldo, ele só soube que Joel tinha sido baleado no fim da operação e creditava que o tiro tinha sido disparado pelos criminosos, com a arma encontrada do lado da casa do menino. O tenente chorou muito e disse que tinha dois filhos com idades parecidas com a do garoto na época da ocorrência. Afirmou ainda que isso pesou muito para ele nos últimos 13 anos.
O júri terá continuação na manhã terça-feira (7). Estão previstas 2h para a defesa e 2h30 para a acusação. Ambas vão apresentar teses. Debates que podem ter réplicas e tréplicas. Não há uma previsão de término da sessão.
O caso Joel
O crime aconteceu no dia 21 de novembro de 2010. Em uma ação da polícia, no Nordeste de Amaralina, um dos tiros disparados pelos PMs no bairro atravessou a janela da casa e atingiu o menino na cabeça. O Ministério Público (MP-BA) denunciou nove policiais militares por crime doloso em 14 de janeiro de 2011. No entanto, a Justiça da Bahia tornou apenas dois réus. Os envolvidos são:
- ex-soldado PM Eraldo Menezes de Souza, autor do disparo que vitimou a criança
- tenente PM Alexinaldo Santana Souza, que comandou a ação
- soldado Leonado Passos Cerqueira
- soldado Robson dos Santos Neves
- soldado Paulo José Oliveira Andrade
- soldado Nilton César dos Reis Santana
- soldado Luís Carlos Ribeiro Santana
- soldado Juarez Batista de Carvalho
- soldado Maurício dos Santos
Alan Oliveira
Alan Oliveira
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