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Caso 'Tio Paulo': relembre história e saiba detalhes da investigação

Caso 'Tio Paulo' chocou o país há uma semana, quando uma mulher entrou com o tio já morto para sacar R$17 mil reais no banco

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Helena Pamponet Vilaboim

23/04/2024 às 13:42 - há XX semanas
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Na última terça-feira (16), o caso registrado no Rio de Janeiro, de mulher que levou o tio morto, para retirar o valor de R$17 mil no banco, chocou o país.

Imagens registraram Érika Nunes, sobrinha da vítima identificada como Paulo Roberto Braga, de 68 anos, conduzindo o corpo em uma cadeira de rodas e tentando fazê-lo assinar os documentos bancários.

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					Caso 'Tio Paulo': relembre história e saiba detalhes da investigação
Caso 'Tio Paulo' chocou o país há uma semana, quando uma mulher entrou com o tio já morto para sacar R$17 mil reais no banco. Reprodução / Redes Sociais

Funcionários a agência bancária suspeitaram do comportamento Érika e chamara a polícia. Segundo o médico acionado ainda na agência bancária que foi ouvido pela polícia, o corpo do idoso já apresentava sinais cadavéricos, que começam a aparecer após cerca de 2h após a morte da pessoa.

Neste momento da investigação, Érika Nunes é mantida presa por furto mediante fraude e vilpêndio de cadáver, ou seja, por desrespeito, ultraje ou desprezo ao corpo da vítima. Ela está sendo mantida, desde a terça-feira (21), no Instituto penal Djanira Dolores de Oliveira.

"A investigação desde a data do fato já evoluiu a ponto de a gente poder afirmar que ele já estava morto, no momento em que entra no banco", afirma o delegado Fábio Souza, titular da 34ªDP e responsável pelo caso.

A necropsia apontou a broncoaspiração como uma das causas da morte do idoso, e segundo o geriatra Áureo do Carmo Filho, não é um processo silencioso, muitas vezes caracterizado por tosses intensas, o que diminui a possibilidade de a morte não ter sido notada.

O delegado também revelou que a polícia quer voltar a falar com o motorista de aplicativo que levou o tio e a sobrinha até a agência bancária. Além disso, foi feito um requerimento da quebra de sigilo para averiguar se Érika já teria entrado em contato com outras agências bancárias para sacar o valor.

Quem era Tio Paulo?

No último domingo (21), o Fantástico exibiu uma reportagem especial sobre o caso. Segundo apuração, Paulo Roberto Souza não deixou herdeiros, nem se casou. Ele tinha quatro irmãos, que moravam em outros estados do país. Já o idoso vivia com Érika e três de seus filhos em Bangu, na Zona Oeste do Rio, há 15 anos.


				
					Caso 'Tio Paulo': relembre história e saiba detalhes da investigação
Caso 'Tio Paulo' chocou o país há uma semana, quando uma mulher entrou com o tio já morto para sacar R$17 mil reais no banco. Foto: Rafael Nascimento/g1

Durante a vida, ele trabalhou como motorista de ônibus. A família de tio Paulo explicou que ele tinha um sério problema de dependência à álcool, o que pode ter causado problemas de mobilidade.

Nos últimos dias de vida, a garagem da casa onde ele vivia com membros da família de Érika virou um quarto improvisado, para que ele não tivesse que subir as escadas íngremes que levavam à maior parte da casa.

Paulo Roberto também vivia sem renda até agosto de 2023, quando começou a receber o benefício do Governo para idosos com mais de 65 anos, o LOAS. O valor do benefício é o mesmo que o salário mínimo.

O corpo de Paulo Roberto foi velado em Campo Grande, no Rio de Janeiro no último domingo (21). A cerimônia foi atendida por vários familiares do falecido.

A defesa de Érika

Sobre o caso na agência, a defesa de Érika alega que Paulo Roberto teria chegado ao banco com vida, e que ela tinha o histórico de dependência em medicamentos hipnóticos, depressão e alucinações auditivas,

Por causa disso, a advogada de Érika, Ana Carla de Souza Corrêa, sustenta que a sobrinha não tinha consciência de que Paulo Roberto já estava morto quando o levou ao banco.


				
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Caso 'Tio Paulo' chocou o país há uma semana, quando uma mulher entrou com o tio já morto para sacar R$17 mil reais no banco. Reprodução / G1

No entanto, especialistas em comportamento e psicologia analisaram vídeos antes e durante o atendimento de Érika e dividem opiniões sobre o caso. O professor Antônio Egído Nardi, titular de psiquiatria da UFRJ, acredita que Érika se comporta adequadamente para a situação, menos quando se trata de perceber a situação do tio.

Já para o psiquiatra forense Marcelo Migon, Érika aparenta ter noção e consciência de tudo que está acontecendo, e explica: " todas as ordens que foram dadas pra ela foram cumpridas a contento."

A defesa da carioca também entrou com o pedido de revogação da prisão preventiva, para que Érika responda ao processo em liberdade, alegando que a cliente teria sido vítima de violência dentro do presídio. O caso segue sendo investigado.

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