Nélia de Oliveira, mãe do empresário William de Oliveira, assassinado em 2019 na Bahia, lamentou a decisão do júri popular que absolveu o influenciador digital Iuri Sheik, réu no caso. O crime aconteceu durante uma festa do tipo paredão em Santo Antônio de Jesus, no recôncavo baiano. O julgamento só foi realizado seis anos após o ocorrido, na terça-feira (20).
"Eu fiquei decepcionada com o resultado, chega a ser até revoltante. É difícil, porque foram seis anos de espera para nada", afirmou em entrevista à TV Bahia.
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O júri popular, que durou mais de 10 horas, terminou com a absolvição de Iuri Sheik. Em seu depoimento, o influenciador alegou ter agido em legítima defesa. Ele admitiu que atirou contra William de Oliveira, mas afirmou que a arma usada no crime pertencia à própria vítima.
Após o crime, ocorrido em 2019, Iuri chegou a ser preso, mas posteriormente foi liberado e aguardava o julgamento em liberdade.
O júri, realizado na última terça-feira (20), foi formado por sete pessoas da sociedade civil. A maioria dos jurados aceitou a tese da defesa, o que surpreendeu a família de William, que esperava a condenação do réu. “Seis anos de agonia, expectativa, para chegar o momento e assistir tudo de camarote a favor daquele infeliz”, desabafou Nélia de Oliveira, mãe da vítima.
O advogado da família, Vivaldo Amaral, questionou a experiência dos jurados e sugeriu que alguns deles poderiam ser seguidores de Iuri Sheik. Ele afirmou que vai recorrer da decisão.
"Guardem as câmeras porque em alguns meses estaremos aqui e dessa vez vai ser diferente, porque os jurados serão diferentes, provavelmente mais experientes. Acredito que os jurados desse júri não tinham experiência para trabalhar em um júri dessa envergadura", afirmou.
Relembre o caso
Em junho de 2019, durante os festejos de São João na cidade de Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo Baiano, Iuri Sheik participou de uma festa do tipo paredão, onde também estava o empresário William de Oliveira, ex-sócio da banda Black Style. Foi nesse evento que os dois se encontraram, e o encontro terminou em tragédia.
Inicialmente, a defesa de Iuri alegou que o crime teria sido motivado por uma briga de trânsito. No entanto, as investigações revelaram que o homicídio ocorreu após William se recusar a cumprimentar o influenciador com um aperto de mão.
Diante da recusa, Iuri teria sacado uma arma de fogo e disparado duas vezes contra William. Segundo a polícia, após os disparos, o influenciador fugiu do local em alta velocidade.
William foi socorrido e levado ao Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus, onde passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos e morreu dois dias depois. Na época, ele deixou esposa e três filhas: uma de 13 anos, outra de 11 e a mais nova com apenas 40 dias de vida.
Um mandado de prisão preventiva foi expedido contra Iuri Sheik, que se apresentou à polícia três dias após o crime.
Redação iBahia
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