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UFBA analisa mais de 200 grupos e canais de extrema-direita

Um ano depois dos ataques a Brasília, grupos bolsonarista se dividem entre orgulho e teoria da conspiração

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Mari Leal

09/01/2024 às 13:28 - há XX semanas
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Um ano após os ataques do 8 de janeiro de 2023 em Brasília, o Laboratório de Humanidades Digitais da Universidade Federal da Bahia (Ufba) analisou cerca de 2,5 mil mensagens em canais e grupos de extrema-direita. Os grupos digitais são os mesmos que orquestraram os ataques uma semana após a posse de Lula.


				
					UFBA analisa mais de 200 grupos e canais de extrema-direita
Um ano depois dos ataques a Brasília, grupos bolsonarista se dividem entre orgulho e teoria da conspiração. Foto: Marcelo Casal Jr/ Agência Brasil

Realizada entre os dias 1 e 8 de janeiro deste ano, a pesquisa concluiu que, atualmente, os espaços digitais se dividem entre o orgulho e discursos de conspiração em relação ao evento.

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Foram analisados exatamente 122 grupos e 125 canais na plataforma Telegram.

Enquanto parte das mensagens no Telegram defendia a comemoração da data e homenagem aos "patriotas" presos, outros, em menor quantidade, tentam associar o evento a uma orquestração da esquerda para atingir os bolsonaristas.

A mensagem mais compartilhada nesses chats traz um tom de delírio. O texto diz que o governo Lula, "por meio de seus agentes infiltrados nas redes sociais", está fazendo circular mensagens enganosas para tentar atrair bolsonaristas para depois puni-los.

Veja exemplos de mensagens identificadas pela pesquisa:

"NÃO CAIAM NESSA ARAPUCA. O objetivo é fazer uma varredura na rede e identificar todos os que repassaram, e assim montar um enorme cadastro dos 'bolsonaristas'. É uma operação de 'arrastão', para futuras represálias politicas. Portanto, tais mensagens NÃO DEVEM SER REPASSADAS."

"Estamos nos aproximando do dia 8 de janeiro, data que precisa ser consagrada como DIA DOS PATRIOTAS (...) para que as Redes Sociais (...) sejam inundadas com a nossa bandeira 🇧🇷VERDE E AMARELA juntamente com a frase: *SOU PATRIOTA!!! 🇧🇷🇧🇷🇧🇷"

Conclusão

Os pesquisadores veem uma convergência de pautas entre as mensagens compartilhadas, o que, segundo eles, aponta para uma coordenação dos assuntos — algo que estava "dormente" nos chats bolsonaristas. O dilema principal se deu entre comemorar ou não o 8 de Janeiro.

"A tese (conspiratória) principal continua sendo a ideia de que houve infiltração nas manifestações do dia 08 de janeiro de 2023 pela esquerda, que culminou na prisão e perseguição dos patriotas, reforçando mais uma vez a perspectiva de vitimização", diz o relatório do grupo, coordenado por Leonardo Nascimento.

Os pesquisadores também identificaram três pontos comuns no conteúdo que agitou os chats nos últimos dias. Há uma tentativa de descredibilizar a denúncia do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre os planos de seu assassinato. Em entrevista, ele afirmou ter tido conhecimento de um plano dos golpistas para enforcá-lo.

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