O hábito de caminhar pelas ruas de olho no celular pode estar provocando cada vez mais vítimas nos EUA. De acordo com dados divulgados nesta semana pela Governors Highway Safety Association, em 2016 foram 5.997 pessoas que morreram atropeladas, um recorde em mais de duas décadas e alta de 11% em relação ao ano anterior.
O relatório indica que entre os motivos para a disparada de casos fatais estão a melhoria da economia e os preços baixos dos combustíveis, que estimulam os americanos a tirarem os carros da garagem, e o aumento no número de pessoas caminhando e correndo como forma de exercício físico. Contudo, o maior fator deve ser a distração com smartphones, tanto pelos pedestres quanto pelos motoristas.
— É o único fator que parece indicar uma mudança dramática em como as pessoas se comportam — disse em entrevista à Associated Press Richard Retting, diretor da consultoria Sam Schwartz Transportation e autor do relatório.
O relatório é baseado em dados de todos os estados americanos nos seis primeiros meses de 2016, e extrapolado para o restante do ano. Ele aponta para o maior crescimento anual no número total e percentual de pedestres mortos nos mais de 40 anos em que esses dados são levantados. O segundo maior aumento aconteceu em 2015. A percentual de pedestres mortos em relação ao total de fatalidades em acidentes envolvendo automóveis aumentou de 11% em 2006 para 15% em 2015.
— Esses últimos dados mostram que os EUA não está conseguindo manter os pedestres seguros nas ruas — disse Jonathan Adkins, diretor executivo da Governors Highway Safety Association. — Cada uma dessas vidas representa uma pessoa amada que não voltou para casa, e isso é absolutamente inaceitável.
MOTORISTAS E PEDESTRES DISTRAÍDOS
O número total de mortes em acidentes automobilísticos subiu 6% no ano passado, segundo dados da ONG National Safety Council, atingindo mais de 40.200 fatalidades. A última vez em que foram registradas mais de 40 mil mortes em um mesmo ano foi em 2007, um ano antes da recessão, com 21 mil. Mas as mortes de pedestres estão crescendo em ritmo mais acelerado que o número total. Segundo Retting, entre 2010 e 2015 o aumento foi de 25%.
— Nós não podemos olhar a distração apenas como uma questão dos motoristas — disse Kelly Nantel, porta-voz da National Safety Council. — Isso desconsidera o impacto da distração que temos nos pedestres. Assim como os motoristas devem estar alertas, os pedestres também.
O rápido aumento no número de pedestres mortos chamou a atenção do National Transportation Safety Board, painel do governo americano que investiga acidentes e faz recomendações de segurança. No ano passado, o conselho organizou um fórum sobre a segurança dos pedestres, e atualmente realiza uma investigação para avaliar as causas e possíveis soluções para o problema.
— (As pessoas) estão mais facilmente distraídas agora do que quando não tínhamos tantos computadores acessíveis na palma das nossas mãos — disse Bella Dinh-Zarr, memro do National Transportation Safety Board. — Nós olhamos para isso como um risco crescente para os pedestres.
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Redação iBahia
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