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SAÚDE

Adolescência: nem todo tratamento estético é para esta faixa

É preciso impor limites, segundo profissionais; cirurgias como lipoaspiração e a abdominoplastia devem ser evitadas

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Redação iBahia

01/10/2018 às 21:02 • Atualizada em 29/08/2022 às 6:43 - há XX semanas
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O desejo de ter uma aparência que esteja dentro dos padrões estéticos em voga não é, nem de longe, exclusividade do público adolescente. No entanto, é neste período da vida que muitas pessoas começam a querer imitar o modelo visto em sites e programas sobre celebridades. É preciso, porém, ter limites. Para atingir suas metas, os muito jovens também podem recorrer a procedimentos estéticos e até a cirurgias plásticas. Mas nem todos os tratamentos devem ser feitos nesta faixa etária.
No consultório do cirurgião plástico Felipe Magno, na Barra, os procedimentos mais procurados por adolescentes são a otoplastia (correção da chamada orelha de abano), a ginecomastia (crescimento do tecido mamário masculino) e a cirurgia de aumento ou diminuição da mama, no caso das meninas.
— Toda intervenção feita em adolescentes precisa partir de uma decisão tomada junto com a família. Além disso, os aspectos psicológicos envolvidos precisam ser analisados e levados em consideração. Deve-se procurar saber o quanto aquela demanda está influenciando a vida social do adolescente, e se realmente se faz necessário o procedimento — esclarece Magno.
Entre os procedimentos que ele evita fazer em adolescentes estão a lipoaspiração e a abdominoplastia:
— Adolescentes ainda estão passando por um processo de amadurecimento e têm outras opções antes de se submeterem a cirurgias, como exercícios físicos e dietas específicas. Toda cirurgia envolve riscos. Ela deve ser vista como a última alternativa. O ideal é postergar isso ao máximo, até que a pessoa consiga tomar uma decisão mais consistente, já como adulta.
Marcella Carreiro, de 16 anos, foi ao consultório de Magno para buscar esclarecimentos a respeito da cirurgia de aumento de mama. Segundo ela, o interesse em botar uma prótese veio há alguns meses, após ser alvo de comentários no colégio.
— No vestiário, quando trocamos de roupa para as aulas de educação física, sempre sou comparada com as outras meninas. Elas fazem comentários sobre o tamanho do meu peito. Gostaria de aumentá-lo para me sentir mais à vontade — conta a jovem, que ainda não decidiu se fará ou não a intervenção.
No caso de cirurgias para aplicação de silicone em adolescentes, Magno explica que há ainda mais fatores a serem levados em consideração.
— A mama de uma adolescente só estará completamente desenvolvida dois anos após a primeira menstruação. Não se mexe antes disso — diz.
No consultório de Karla Assed, dermatologista de famosos como Angélica, Xuxa, Deborah Secco e Viviane Araújo, os procedimentos mais solicitados entre adolescentes são os indicados para tratar acne, cicatrizes, celulites e estrias, muito comuns por conta dos estirões característicos desta fase. Tratamentos para os fios de cabelo, expostos a químicas, luzes e escovas progressivas cada vez mais cedo, também estão entre os procurados.
A partir dos 11 anos já é possível cuidar da estética na clínica, na Barra, sempre na presença de um dos pais, enfatiza a dermatologista. No entanto, Karla não recomenda procedimentos como preenchimento ou aplicação da toxina botulínica para menores de 18 anos.
— Às vezes chega adolescente pedindo isso, sendo que até para pessoas que já completaram 18 anos é muito cedo. E não há necessidade, porque nessa idade nem há força muscular para fazer alguma coisa ali; o colágeno está intacto. Se não houver uma indicação médica, não tem o que fazer — diz ela.
Para Karla, em tempos de influenciadores digitais, stories no Instagram e celebridades teens, é necessário impor limites à vaidade adolescente:
— Acho bacana incentivar a vaidade entre os jovens, mas tem que ter um limite. Tudo precisa ser compatível com a idade. E esse limite deve ser colocado pelo profissional, que tem que dizer não. Afinal de contas, ele tem a seringa na mão.

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