Depois de décadas de maturidade sexual, chega o momento na vida de uma mulher, em geral entre os 40 e muitos e os 50 e poucos anos de idade, em que ela para de menstruar. É a chamada menopausa, na qual alterações hormonais levam seus ovários a não fabricarem mais óvulos. Em algumas mulheres, no entanto, este “relógio biológico” anda bem mais rápido, fazendo com que elas entrem precocemente na menopausa. Conhecida como insuficiência ovariana primária, esta condição afeta cerca de 1% das mulheres em idade reprodutiva, e até recentemente, após estabelecida, a única possibilidade delas se tornarem mães era usando óvulos de uma doadora. Agora, porém, uma nova técnica abre caminho para que ao menos algumas delas voltem a produzir óvulos e tenham filhos biológicos, isto é, com seu DNA.
Batizada ativação in vitro (IVA, na sigla em inglês), o método consiste em retirar cirurgicamente parte do tecido ovariano da mulher afetada e, se ele ainda contiver os chamados folículos – estruturas que vão maturar em óvulos -, tratar os fragmentos com fatores de crescimento e outras substâncias em laboratório e reimplantá-los no seu corpo. Com isso, algumas mulheres estão voltando a produzir óvulos, que tanto podem ser colhidos para serem usados em tratamentos de fertilização in vitro (FIV) quanto resultarem em gravidezes espontâneas.
- As experiências têm sido promissoras – conta Isaac Yadid, diretor médico da Primordia Medicina Reprodutiva, que acaba de relatar um caso bem-sucedido de utilização da técnica, também apelidada de “rejuvenescimento ovariano”. - Isto era algo impensável no passado, pois achava-se que depois da falência do ovário não dava mais para fazer com que ele voltasse a entender que ainda poderia produzir óvulos.
Segundo Yadid, a mulher tratada na clínica, vítima de menopausa precoce, não ovulava há 4 anos. Ele conta que, após o procedimento, ela ainda levou dois meses e meio para ter a primeira ovulação, mas o óvulo produzido era “de baixa qualidade”. Apenas 15 dias depois, no entanto, ela estava ovulando de novo. E desta vez o óvulo era “de muito boa qualidade”. Diante disso, os médicos realizaram procedimento de FIV nele e congelaram o embrião resultante enquanto esperam obter mais óvulos viáveis da mulher.
- Não sabemos o período que a IVA vai funcionar, então queremos colher o máximo de óvulos possível para termos mais chance de um nascimento – destaca. - Nem todas as mulheres vão ter uma resposta a esta técnica, mas pacientes antes condenadas, que não tinham mais nenhuma chance de ovular, agora passam a ter uma esperança.
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Redação iBahia
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