De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer) a má alimentação pode contribuir em até 35% para o risco da doença. Portanto, uma alimentação saudável é uma das formas de evitar o câncer.
A nutricionista do Núcleo de Oncologia da Bahia (NOB), Tatiane Rios, explica que no processo de formação do câncer, o DNA das células sofrem mutações, e já existem estudos que mostram que determinados nutrientes podem apresentar um papel quimioprotetor.
“As pessoas não consomem alimentos isoladamente, mas em combinação com diferentes nutrientes que interagem entre si, podendo impactar positivamente ou negativamente na expressão de determinados genes e contribuir com o surgimento do câncer”.
Segundo a nutricionista, estes alimentos, tanto podem ajudar no reparo do DNA, como também na programação da morte destas células que sofreram mutação.
Alimentos que devem ser evitados
Existem alguns alimentos que apresentam compostos que podem aumentar o risco de desenvolver o câncer:
• Embutidos, como calabresa, presunto, mortadela, peito de peru e salsicha, contém nitritos e nitratos – aditivos que podem aumentar o risco em até 18% de câncer de intestino, quando se tem um consumo diário de 50g;
• Amendoim ou produtos a base de amendoim que não foram armazenados em boas condições, ou não passaram por boas práticas de fabricação – contem substâncias associadas ao risco para câncer de fígado;
• Bebida alcoólica - potencial poder carcinogênico que interfere na função do fígado, além da irritação que causa na mucosa do trato gastrointestinal. O consumo exagerado está associado ao câncer da cavidade oral e do trato gastrointestinal;
• Agrotóxicos presentes em muitos alimentos in natura e transgênicos - estudos e pesquisas classificaram carcinogênico para humanos;
• Carne cozida em alta temperatura, ou tostada – produze compostos associados ao câncer de trato gastrointestinal.
A nutricionista orienta não apenas evitar esses alimentos, mas aumentar o consumo de alimentos fitoquímicos, que possuem efeito protetor anticarcinogênico.
Alimentos protetores
• Abóbora, tomate, melancia, goiaba, manga, cenoura;
• Uva verde, uva roxa, uva preta, cebola, maçã;
• Chá verde;
• Jabuticaba, amora;
• Brócolis, couve, repolho;
Recomenda-se o consumo de pelo menos 05 porções variadas e diárias dessas frutas e vegetais para prevenir o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis. “Importante alertar que este efeito protetor é observado quando há o consumo de alimentos, e não através da suplementação destes nutrientes isolados”, orienta a nutricionista do NOB.
Para quem está enfrentando o câncer
• Manter uma dieta rica em fitoquímicos, com alimentos e bebidas com boas fontes de vitaminas, minerais e fibra;
• Alimentação pobre em gorduras, açúcares e carboidrato
De acordo com a nutricionista, é essencial que o paciente em tratamento mantenha essa base na dieta, uma vez que estes nutrientes estimulam uma microbiota intestinal mais saudável, o que promove uma melhor imunidade.
Dependendo do tratamento - cirurgia, quimioterapia ou radioterapia – outras orientações serão dadas pelos médicos e nutricionistas, mas de uma maneira geral, manter o peso, e com boas reservas de massa muscular é muito importante. “Favorece a melhor recuperação e cicatrização no pós-operatório, como também menor efeito colateral no tratamento quimioterápico e radioterápico”, esclarece a nutricionista.
Para quem já superou o câncer
É muito importante que o paciente evite alimentos com alto valor energético, como os fast foods, que estimulam o ganho excessivo de peso. “Hoje, está muito bem evidenciado que o sobrepeso é um fator de risco para vários tipos de câncer, como também, é um fator de risco de recidiva”, explica a nutricionista.
Uma mudança no estilo de vida deve ser incentivada desde a fase do tratamento, não só na adoção de bons hábitos alimentares, mas também com a prática de atividade física.
Câncer infantil
Em relação a qualidade nutricional a alimentação para as crianças que enfrentam o câncer não é diferente de um paciente adulto, ou seja, a oferta de alimentos fonte de vitaminas, minerais, fitoquímicos e fibras também deve ser estimulada.
A diferença acontece na quantidade, uma vez as necessidades de uma criança diferem de um adulto em relação à proteínas, carboidratos, gorduras, líquidos e micronutrientes, como as vitaminas e minerais.
“Com as crianças é importante trabalhar com o lúdico. Por exemplo: fazer cortes diferenciados nos vegetais com formatos de estrela, flor, bola, entre outros. Fazer pratos visualmente atrativos, coloridos ajuda bastante no momento de se alimentar”.
Veja também:
Leia também:
Redação iBahia
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!