A mistura de celular e direção é perigosa e ocupa a terceira colocação entre as causas de morte em acidentes de trânsito no país, segundo a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet). Com o objetivo de alertar a população sobre os riscos da combinação, a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) lança a campanha “Neuro em ação”, que começa nesta segunda-feira.
O neurocirurgião da SBN Carlos Drummond explica que o uso do celular “desliga” temporariamente o cérebro:
— Ao responder mensagens no celular, nós demoramos alguns segundos para poder interpretar aquele texto. Cerca de 20% das pessoas apresentam uma onda cerebral que deixa o motorista totalmente alheio ao que está acontecendo ao seu redor enquanto está digitando. Neste momento, a pessoa corre risco de morte, já que ela não vê o que está acontecendo em seu entorno.
De acordo com a Abramet, cerca de 54 mil brasileiros perdem suas vidas no trânsito por causa do uso do celular. Os pedestres também recebem um alerta: digitar mensagens enquanto anda na rua pode provocar acidentes como atropelamentos.
O outro braço da campanha “Neuro em ação” é o impacto do celular na postura dos brasileiros. Olhar durante muito tempo para a tela pode prejudicar a coluna cervical.
— O ideal para usar qualquer tela é que ela fique na altura do nosso rosto, mas isso não acontece quando olhamos para o celular, que fica no máximo na altura do peito. Quando dobramos o pescoço para olhar o celular, comprimimos os discos intervertebrais, o que pode causar hérnia de disco — alerta o ortopedista Márcio Schiefer, professor de medicina da UFRJ.
Por outro lado, elevar demais os braços para manter o celular na altura dos olhos pode sobrecarregar os ombros.
— Quem sustenta esta posição é o ombro, então, há o risco de desenvolver tendinite. O mesmo pode ocorrer com as mãos — explica Schiefer.
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Redação iBahia
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