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Ciência comprova: mulheres são mais ‘fortes’ que os homens

Em tempos de crise, como fome e epidemias, elas sobrevivem mais que eles

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Redação iBahia

15/01/2018 às 17:06 • Atualizada em 27/08/2022 às 1:32 - há XX semanas
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Não é novidade que hoje as mulheres vivem mais que os homens em praticamente todos os países do mundo, mas um levantamento reunindo dados dos últimos 300 anos mostra que elas também eram mais resilientes no passado, até nas piores circunstâncias, como fome e epidemias. Segundo os pesquisadores, mesmo na infância, quando as diferenças comportamentais são mínimas, as meninas têm mais chances de sobrevivência que os meninos, o que indica que a explicação para o fenômeno deve ter algum componente biológico.

Foto: Reprodução

A equipe liderada por Virginia Zarulli, da Universidade do Sul da Dinamarca, e James Vaupel, da Universidade Duke, analisou sete episódios históricos que tiveram forte impacto sobre a expectativa de vida da população, como a chegada de ex-escravos americanos na Libéria, entre 1820 e 1843; a fome na Suécia em 1772 e 1773; e as epidemias de sarampo na Islândia em 1846 e 1882.

“As condições experimentadas pelas pessoas nas populações analisadas eram horríveis. Apesar de as crises reduzirem a vantagem da sobrevivência feminina na expectativa de vida, as mulheres ainda sobreviveram mais que os homens”, revelaram os cientistas em estudo publicado semana passada na revista científica "PNAS".

Na Libéria, por exemplo, os escravos libertados nos EUA experimentaram as piores taxas de mortalidade já registradas no mundo. Mais de 40% dos realocados no país do oeste africano morreram no primeiro ano após a chegada, provavelmente por doenças tropicais. No nascimento, a expectativa de vida para os meninos era de 1,68 ano e, para as meninas, de 2,23 anos.

A fome na Suécia de 1772/1773 é considerada a pior na história do país, provocada por condições climáticas anormais no verão de 1771, que quebrou a safra e provocou aumento expressivo nos preços dos alimentos. Em 1973, a expectativa de vida da população desabou para apenas 17,15 anos para os homens e 18,79 anos para as mulheres. Na Islândia, a epidemia de sarampo fez a expectativa de vida em 1846 cair de 35,35 anos para 17,86 anos entre os homens e de 40,81 anos para 18,82 anos entre as mulheres.

“Em todas as populações os homens tinham taxas de mortalidade iguais ou maiores que as mulheres em todas as faixas etárias”, apontam os pesquisadores.

Quando os cientistas analisaram os dados por faixa etária, descobriram que a vantagem de sobrevivência das mulheres se desdobram a partir de diferenças na mortalidade infantil. Em todos os casos analisados, as meninas eram mais resilientes que os meninos. Como nos primeiros anos de vida os impactos ambientais e comportamentais são mínimos, os resultados sugerem que a diferença na expectativa de vida entre homens e mulheres não pode descartar a influência biológica.

“Nossos resultados adicionam uma nova peça ao quebra-cabeças das diferenças de sobrevivência entre os gêneros”, concluem os pesquisadores. “Eles sugerem que a vantagem feminina tem raízes biológicas e é influenciada por riscos, oportunidades e recursos ambientais e comportamentais”.

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