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Como ficam os pacientes com câncer na pandemia da covid-19?

De acordo com os especialistas, a pandemia afetou muito o diagnóstico e o tratamento da doença

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Redação iBahia

05/02/2021 às 16:19 • Atualizada em 30/08/2022 às 0:50 - há XX semanas
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A pandemia do novo coronavírus levantou um sinal de alerta em todos os aspectos da vida, principalmente no quesito saúde. Na última quinta-feira (4), foi o Dia Mundial do Câncer e especialistas aproveitaram para alertam que a situação dos pacientes com câncer é preocupante.
De acordo com os especialistas, a pandemia afetou muito o diagnóstico e o tratamento, mudando um cenário que antes era favorável, com boas perspectivas no enfrentamento da doença, melhores resultados das condutas terapêuticas e foco no diagnóstico precoce.
Mas a expectativa, agora, baseada em projeções realizadas em diversas partes do mundo, é que a mortalidade aumente de forma significativa em função do retardo no diagnóstico. Para se ter uma ideia, no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, desde o início da pandemia houve uma redução em cerca de 45% na realização de mamografias de rastreamento.
A oncologista Clarissa Mathias, do NOB – Grupo Oncoclínicas (Núcleo de Oncologia da Bahia), alerta que é fundamental que o paciente com câncer continue seu tratamento e seus exames, uma vez que o adiamento pode diminuir as chances de cura. “O paciente em tratamento de câncer faz parte do grupo de risco para a Covid, pois está temporariamente imunossuprimido. Além de dobrar os cuidados de higienização, proteção e distanciamento social, ele também deve continuar o tratamento, pois, infelizmente, o câncer não espera”.
Foto: reprodução / Revista ABM
Ela alerta, ainda, que é fundamental o empenho constante de entidades públicas e privadas no incentivo e promoção ao diagnóstico precoce, a partir das campanhas voltadas à realização de exames periódicos de controle e consultas com especialistas.
Telemedicina
A oncologista alerta que as unidades de tratamento do câncer estão preparadas para receber os pacientes com segurança, e também podem realizar teleconsultas. Ela reforça que há um grande movimento favorável às consultas não presenciais, sempre que possível, e para a substituição das infusões de quimioterápicos por drogas orais para evitar que o paciente precise se deslocar até a unidade de tratamento. “Dessa forma, poderemos aprimorar nossa capacidade de acompanhamento à distância, aproveitando sempre que possível os benefícios da telemedicina”.
Vacina
A vacinação é recomendada para pacientes oncológicos não alérgicos aos princípios das vacinas. Na dúvida, essa questão deve ser discutida com o médico. A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, afiliada à AMB (Associação Médica Brasileira), elaborou documento, atualizado periodicamente, visando orientar médicos e pacientes em relação à vacinação contra a Covid.
Prevenção primária é essencial
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o câncer é a segunda principal causa de morte no mundo depois das doenças cardiovasculares, porém, estudos revelam que modificar hábitos para evitar fatores de risco pode reduzir significativamente a ocorrência de câncer. Segundo a OMS, de 30% a 50% dos tipos de câncer podem ser prevenidos, e muitos com altas chances de cura, quando detectados de maneira precoce e tratados adequadamente.
O tabagismo é um dos principais fatores de risco, responsável por 22% das mortes, mas a obesidade, o baixo consumo de frutas e vegetais, a falta de atividade física, o uso de drogas e de bebida alcoólica também aumentam os riscos.
Avanços no tratamento
Imunoterapia e terapia-alvo (ou drogas-alvo) fazem parte da nova geração de terapias que são consideradas revolucionárias no tratamento do câncer.
A imunoterapia foi eleita pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco), como o maior progresso contra tumores e tornou-se, nas últimas décadas, parte importante do tratamento de alguns tipos de câncer. Especialistas apostam nessa modalidade de tratamento oncológico que estimula o sistema imunológico do próprio indivíduo a reconhecer as células cancerosas e destruí-las.
Terapia-alvo são drogas que atuam em alvos específicos das células tumorais. Se aproveitam da diferença que a célula tumoral possui em relação as células normais e conseguem agir mais especificamente em determinadas alterações genéticas do câncer. As drogas-alvo podem agir isoladamente ou em combinação com quimioterapia, radioterapia ou imunoterapias.
“A melhor notícia, contudo, é que os pacientes com câncer têm se mostrado como verdadeiras fortalezas. São pessoas que conseguem tirar o melhor proveito de situações difíceis. E é ao lado deles que estamos lutando e vamos vencer mais essa etapa”, revela a oncologista do NOB.

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