Com a confirmação de dois casos de Coronavírus (Covid-19) no Brasil, de pacientes localizados em São Paulo, o medo da população brasileira diante da doença aumentou. Mas, mesmo diante da gravidade do caso, é necessário ter pânico? Ao portal iBahia, a pneumologista e professora da UNIFACS, Tatiana Galvão, tirou algumas dúvidas sobre o assunto e desvendou alguns mitos e verdades acerca da doença.
Qual é a taxa de letalidade da doença se comparada com outras epidemias?
De acordo com estudo realizado pelo Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças (CCDC), a taxa geral de mortalidade do Coronavírus é de 2,3%. Em pessoas com mais de 80 anos chega a 14,8%.
Em comparação a outros coronavírus já registrados, como a síndrome respiratória aguda grave (Sars) e a síndrome respiratória do Oriente Médio (Mers), o novo Coronavírus não é tão mortal. A taxa de mortalidade do Sars era de 10% e a da Mers em torno de 20% a 40%.
Quando analisado o vírus da gripe, a Influenza, a taxa de mortalidade cai para 0,01%
Como é tratada a doença?
Não há tratamento específico. Tem sido indicado repouso, consumo de líquidos, alimentação saudável e algumas medidas para aliviar os sintomas, como medicamentos para dor e febre.
No caso de febre persistente, o indicado é procurar o serviço médico.
Como podemos evitar o contágio?
Lavar sempre as mãos com sabão e água é essencial para a prevenção. Além da palma da mão, a lavagem deve incluir o dorso, entre os dedos, até o pulso. A higienização também deve ser feita com álcool em gel ou álcool 70%. É importante evitar tocar olhos, nariz e boca sem higienização adequada das mãos. Além disso, cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar, com cotovelo flexionado ou utilizando-se de um lenço descartável. As recomendações também se aplicam a evitar contato próximo com pessoas doentes e ficar em casa, evitando contato com pessoas, quando estiver doente, além de limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
O uso da máscara só é recomendado para pacientes com casos confirmados e para aqueles com suspeita da doença. Profissionais de saúde devem usar a máscara N-95, enquanto para os pacientes a máscara é a cirúrgica simples.
Itens como luvas e máscaras nos protegem da transmissão da doença?
Verdade. Na China, a recomendação para prevenção é descartar as máscaras a cada 4 horas quando em ambientes externos. Dentro de casa, o uso da mesma máscara deve se manter até que ela fique úmida ou suja.
Pessoas com máscaras podem contrair o Coronavírus?
Verdade. A máscara protege contra a doença, mas não a evita. Existem outras formas de contrair o Coronavírus mesmo estando de máscara. A principal forma de contágio é através do ar, quando a pessoa contaminada tosse ou espirra, espalhando o vírus. Outra forma é o contato das mãos em superfícies contaminadas em até 24 horas após a eliminação do vírus. Por isso, manter as mãos limpas é essencial para a prevenção.
Existe um exame capaz de detectar a existência do Coronavírus no corpo humano?
Verdade. É possível fazer o diagnóstico laboratorial específico para Coronavírus, através da detecção do genoma viral. Além disso, com a investigação clínico-epidemiológica se avalia histórico de viagem para o exterior ou contato próximo com pessoas que tenham viajado para fora do país.
Cães e gatos podem transmitir a doença?
Mito. Não há evidências de que animais domésticos podem ser via de transmissão do Coronavírus, mas se recomenda sempre lavar as mãos após brincar com os pets.
E o contato com a carne de animais silvestres, pode ser uma via de transmissão?
Verdade. Além do contágio entre os humanos, existe também a possibilidade de contágio através de animais silvestres como morcegos e cobras.
Correspondências vindas da China correm o risco de transportar o vírus para outros locais?
Mito. O vírus sobrevive no máximo 24 horas fora do corpo humano, por isso não é possível que ele seja levado para outros locais do mundo através de objetos e cartas.
Existe vacina contra o novo vírus?
Mito. Assim como não há vacina, também não há tratamento específico. Tem sido indicado repouso, consumo de líquidos, alimentação saudável e algumas medidas para aliviar os sintomas, como medicamentos para dor e febre.
Os sintomas são parecidos com o de um resfriado comum?
Verdade. Em caso de febre, tosse e dificuldade para respirar, é preciso ficar alerta. Em alguns casos, também há complicações respiratórias, podendo evoluir para pneumonias.
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Redação iBahia
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