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SAÚDE

Eficácia de 78% para vacina contra covid-19 é suficiente?

Para os casos graves, de acordo com o Instituto Butantan, a CoronaVac apresentou um índice de eficácia de 100%

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Redação iBahia

10/01/2021 às 16:45 • Atualizada em 31/08/2022 às 12:40 - há XX semanas
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Diante das outras vacinas aprovadas que já estão sendo aplicadas ao redor do mundo, como a Pfizer (com 95% de eficácia), a CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, possui 78% de eficácia. Pode parecer pouco mas, de acordo com especialistas entrevistados pelo G1, este número apresentado é excelente.

De acordo com o estudo, a cada cem voluntários vacinados com o imunizante, 22 apresentaram apenas sintomas leves, sem necessidade de internação hospitalar, por isso o índice é de 78% de eficácia.

Para os casos graves, de acordo com o Instituto Butantan, a CoronaVac apresentou um índice de eficácia de 100%. Ou seja, não houve casos graves, inclusive mortes, nem moderados entre as pessoas que foram vacinadas.

A proteção de 100% para casos graves se aplicou tanto a jovens como idosos. Dos 12,4 mil voluntários, 218 foram infectados: cerca de 160 no placebo (grupo que não recebeu a vacina) e pouco menos de 60 no grupo vacinado. Os números exatos não foram informados.

Apesar de ser menor que as outras candidatar, a vacina possui um bom resultado se for comparada com outros imunizantes já utilizados. A vacina da gripe tem de 40% a 60% de eficácia, a BCG (contra tuberculose), de 70 a 80%, por exemplo.

Especialistas em imunização contaram ao G1 que o índice de eficácia da vacina é excelente, mas fazem ressalvas quanto aos dados apresentados.

“Era um dado que esperávamos e a eficácia é boa. É mais uma [a CoronaVac] para compor o cardápio de vacinas para combater e enfrentar a Covid-19. Para os brasileiros é excelente, porque a CoronaVac está sendo produzida também no Brasil. Agora vamos ver a publicação dos dados para poder entender melhor o impacto que essa vacina terá na população”, disse Renato Kfouri, infectologista e diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, em entrevista ao G1.

Já a microbiologista pesquisadora da USP e presidente do Instituto Questão de Ciência, Natália Pasternak, ponderou, em entrevista ao G1, a necessidade da apresentação de mais dados sobre a pesquisa.

"Precisamos dos dados. Não teve nada oficial, um relatório. Ao que tudo indica, é uma eficácia excelente e compatível com uma vacina de vírus inativado. Com uma boa campanha, vai ser uma ótima vacina para o Brasil", afirma.

Tecnologia utilizada na vacina
A CoronaVac utiliza a tecnologia do vírus inativado, ou seja, morto. Este tipo de imunizante usa o vírus por completo para induzir uma resposta imune do corpo, mas não causa a doença, pois está 'inativado'.

Este tipo de tecnologia já é utilizada em outras vacinas aplicadas no Brasil, como a hepatite A, gripe e raiva.

Em entrevista ao G1, o pesquisador do Laboratório de Imunorregulação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Carlos Zárate-Bladés, este tipo de tecnologia pode até ser mais vantajosa em casos de mutação do novo coronavírus.

"Como se trata de um vírus 'morto', mas completo na sua estrutura, ele tem a capacidade de estimular para outras proteínas do próprio coronavírus – e, portanto, ela gera uma resposta até melhor no sentido de proteger contra outros coronavírus ou potenciais variantes do Sars-CoV-2", afirmou ao G1.

"Mas isso somente a gente vai ver quando, ao longo do tempo, forem feitos estudos a respeito disso, se faça seguimento desses casos. Mas, na teoria, a CoronaVac teria essa potencialidade de vantagem frente às outras vacinas", explicou Zárate-Bladés durante a entrevista ao G1.

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