Uma pesquisa canadense indica que uma em cada 13 grávidas que consumem álcool durante a gestação tem filhos com alguma desordem do espectro alcoólico fetal. Tal distúrbio envolve uma série de problemas para os bebês, incluindo microcefalia, déficit intelectual e de crescimento, baixo peso ao nascer e perda de visão ou audição.
O estudo foi realizado pelo Instituto de Pesquisa em Políticas de Saúde Mental, na cidade de Toronto, no Canadá, e publicado na edição atual da prestigiada revista científica "JAMA Pediatrics".
Uma vez que os efeitos do consumo de álcool durante a gravidez têm, em geral, implicações para toda a vida da criança, o custo disso para a saúde pública é alto. E é necessário sempre atualizar as estimativas de prevalência do problema na população para que os médicos e as autoridades saibam o que priorizar para aumentar a prevenção e a qualidade do tratamento de pessoas com a desordem.
O estudo, liderado pela cientista sênior do instituto canadense, Svetlana Popova, consiste em uma meta-análise de 24 pesquisas científicas envolvendo 1.416 crianças e jovens diagnosticados com a desordem. Essa revisão concluiu que uma em cada 13 mulheres que consumiram bebida alcoólica durante a gestação teve filhos com a desordem do espectro alcoólico fetal.
Oito em cada mil têm o problema no mundo
Outra conclusão importante foi de que a prevalência mundial do distúrbio é de aproximadamente oito pessoas em cada 1 mil, considerando-se a população em geral.
Com base em estudos selecionados, a prevalência entre as chamadas "populações especiais" — por exemplo, aborígenes, crianças que precisam de atendimento médico constante, presidiários e pessoas sob cuidados psiquiátricos — varia de 5 a 68 vezes maior do que a prevalência global na população comum.
"Globalmente, a desordem do espectro alcoólico fetal é uma deficiência amplamente evitável. Os resultados [da pesquisa] ressaltam a necessidade de estabelecer uma mensagem universal de saúde pública sobre o potencial dano da exposição pré-natal ao álcool e um protocolo de rastreamento de rotina [durante as gestações]. Intervenções pequenas devem ser disponibilizadas, quando apropriado", conclui o artigo.
Além dos efeitos já citados da exposição pré-natal ao álcool, é possível perceber nessas crianças uma dismorfia característica, que inclui lábios superiores extremamente finos e abertura dos olhos encurtada.
Estima-se que uma em cada cem pessoas com essa desordem apresente efeitos menos pronunciados.
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Redação iBahia
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