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Inimigo do sono: tudo o que precisa saber sobre ronco

O portal iBahia entrevistou a dentista e especialista do sono, Kenya Felicíssimo, que tirou alguma dúvidas sobre o assunto

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Redação iBahia

23/09/2019 às 23:00 • Atualizada em 29/08/2022 às 21:25 - há XX semanas
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Quem nunca se incomodou com o ronco de alguém ou até mesmo com o seu próprio? Este ruído, que prejudica o sono de muito gente, pode ser sintoma de uma doença grave, a apneia do sono, mas tem tratamento.

O portal iBahia entrevistou a dentista e especialista do sono, Kenya Felicíssimo, que tirou alguma dúvidas sobre o assunto. Confira:

- Por que as pessoas roncam?

O ronco ocorre por um estreitamento ou obstrução das vias respiratórias superiores durante o sono, o que dificulta a passagem do ar e provoca a vibração das estruturas da garganta. Isto gera o ruído. O ronco pode ser causado por flacidez dos músculos da garganta, obesidade (que aumenta a quantidade de gordura ao redor do pescoço), inflamações e obstruções na região de garganta e nariz.

- Existe alguma faixa etária em que o ronco acontece com mais frequência?

O ronco é mais comum entre homens adultos jovens. Quando a mulher chega na menopausa, o que acontece, geralmente, a partir dos 50 anos de idade, esse índice se equipara. Isso acontece por conta das mudanças hormonais, que reduzem o tônus muscular das vias aéreas das mulheres.

- O ronco pode implicar ou ser o sintoma de alguma doença? Se sim, quais?
O ronco é sintoma de uma doença grave: a apneia do sono, distúrbio em que a pessoa para de respirar por 10 segundos em mais de cinco episódios por hora. Nem todo mundo que ronca tem apneia, mas quem tem apneia geralmente ronca. Além disso, o ronco também pode ser sintoma do envelhecimento, de obstruções nasais, de amídalas e adenóides hipertrofiados e queixo retraído.

- A pessoa que está roncando pode ter alguma complicação durante o sono?

Se for apenas ronco, provavelmente não terá grandes complicações, mas sim um sono com qualidade ruim, prejudicando o bem-estar físico, cognitivo e emocional. Entretanto, se não for apenas ronco, se for um caso de apneia do sono, por exemplo, as complicações podem ser mais graves, pois as paradas respiratórias frequentes podem desencadear até mesmo um infarto.

- Existe alguma posição melhor para evitar o ronco?
Dormir de lado ajuda a diminuir ou cessar o ronco. A posição supina ou decúbito dorsal (barriga para cima) é a mais comum para o ronco, pela ação da gravidade e retração da língua, que estreita a passagem do ar.

- O ronco pode influenciar na boa qualidade do sono?
O ronco influencia negativamente o sono, diminuindo sua qualidade. Entre as complicações de um sono não restaurador, estão fadiga, estresse, sonolência diurna excessiva, dificuldade de concentração, aumento de acidentes de trabalho e de trânsito. Essas consequências acometem principalmente quem dorme ao lado do roncador, que é o mais afetado pelo barulho.

- A bebida alcoólica interfere na intensidade do ronco?

A bebida alcoólica provoca o relaxamento da musculatura do corpo como um todo, o que inclui a região da garganta, podendo desencadear ou agravar os quadros de ronco.

- Esses remédios de adesivos que são colocados no nariz realmente funcionam?
O ronco acontece pelo estreitamento das vias aéreas. Como o adesivo ajuda apenas a abrir a narina, provavelmente não vai ajudar muito. É imprescindível se consultar com um especialista para descobrir a causa do ronco e, assim, tratá-lo corretamente, ao invés de tentar mascarar o sintoma com estes paliativos.

- Quais são as formas de tratamento para isto?
Existem três tipos de tratamento para o ronco, e a escolha por cada um deles deve ser orientada por um profissional capacitado, pois cada caso é um caso. Os episódios de ronco podem ser tratados por medidas comportamentais, como emagrecer, se for o caso, dormir de lado e não fazer uso de bebida alcoólica e do cigarro antes de dormir; por cirurgias, em casos com indicação médica (como para desvio de septo, por exemplo); ou com dispositivo físico, como no caso do cpap ou do aparelho intraoral, um dispositivo discreto e inovador que promove a liberação das vias aéreas.

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