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Vazamento de imagens íntimas pode causar quadro psiquiátrico

Após suicídio na Itália, especialistas alertam para necessidade de ajuda médica

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Redação iBahia

17/09/2016 às 8:00 • Atualizada em 27/08/2022 às 18:44 - há XX semanas
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Na última terça-feira, a italiana Tiziana Cantone, de 31 anos, cometeu suicídio em Mugnano, depois de uma saga que envolveu a tentativa de troca de nome e a efetiva mudança de cidade por causa do vazamento de um vídeo íntimo na internet. Segundo a imprensa italiana, ela passou meses lutando pela retirada das imagens da rede e teve que arcar com € 20 mil em gastos processuais, o que seria mais um motivo que a levou a acabar com sua vida.
O Brasil também teve casos parecidos. Em 2013, no litoral do Piauí, uma menina de 17 anos se enforcou depois que um vídeo de sexo gravado com outra garota e um rapaz foi compartilhado em sua cidade. A jovem se despediu da mãe por meio de uma rede social e se matou, chocando a população da cidade.
De acordo com a SaferNet Brasil, ONG que monitora crimes e violações dos direitos humanos na internet, em 2015 foram denunciados 322 casos envolvendo compartilhamento de nudez e sexo sem consentimento. O número aumentou 43,75% em relação a 2014 e 65% das vítimas eram mulheres.
— Em culturas que são mais machistas, em países que têm valores compartilhados que percebem a mulher mais como objeto sexual, que têm mais violência contra a mulher, certamente haverá mais ocorrências como estas — explicou Juliana Cunha, coordenadora psicossocial da SaferNet Brasil.
Segundo Juliana, outro problema dos casos de compartilhamento de imagens sem consentimento é a falta de preparo das autoridades para lidar com a situação.
— De alguma forma, o que mais se destaca nessas questões é o fato de que a gente ainda tem dificuldade de responder a esses casos, tanto por parte das autoridades, como para remover esse tipo de conteúdo da rede — diz.
A conduta a ser adotada por vítimas de casos como estes é romper o silêncio e denunciar o vazamento das imagens o quanto antes, buscar orientação de um advogado e ajuda médica, em casos de mudanças comportamentais.

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