Dias ensolarados, datas comemorativas, tédio e até a saudade dos familiares e amigos têm tornado difícil a missão de ficar em casa. Mas, com os números cada vez maiores de casos do novo coronavírus e de mortes em todo Brasil, é preciso repensar as "saidinhas" e os riscos de disseminação da doença que elas provocam. Pensando nisso, o iBahia conversou com o infectologista Matheus Todt, da S.O.S Vida de Aracajú, sobre o que não fazer na quarentena.
Antes de falar sobre o que não deve ser feito durante o isolamento social, é importante ressaltar que a transmissão pode ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo (toque ou aperto de mão com pessoa infectada) e contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
Para evitar o contágio e transmissão do novo coronavírus, o médico Matheus Todt alerta para a importância de manter os hábitos de higiene pessoal (lavar as mãos corretamente e usar álcool em gel) e dos ambientes, fazer o uso correto da máscara e evitar aglomerações e locais de alta rotatividade de pessoas. Além disso, se precisar sair de casa, ao retornar, você deve tirar os sapatos logo na entrada, tomar banho e trocar a roupa.
"A maioria dos casos de transmissão acontecem através de pessoas assintomáticas (que estão com o vírus, mas não apresentam sintomas da doença)", alertou o infectologista. Ou seja, uma pessoa pode ter Covid-19, não saber e nem apresenta sintomas, circular por locais comuns e transmitir o vírus, que outra pessoa pode pegar e acabar levado para um familiar ou vizinho que faz parte do grupo de risco (idosos e pessoas com comorbidades), com a possibilidade de ser fatal.
Diante disso, o iBahia com o auxílio do infectologista Matheus Todt listou seis situações que você deve evitar. Confira:
1- Dar uma volta no quarteirão ou no condomínio e fazer exercícios ao ar livre
De acordo com o infectologista, você até pode, por exemplo, sair para fazer uma caminhada usando máscara e mantendo a distância mínima recomendada, de 1,5 metro, porém o ideal é evitar. Afinal, você corre o risco ter contado com alguém ou alguma superfície contaminada no percurso (entrada e saída de casa, principalmente em casos de pessoas que moram em condomínios).
Vale ressaltar que o vírus pode permanecer em algumas superfícies, como plástico ou aço, por até três dias. Em casos de tecidos, pode chegar a quatro dias.
2- Receber visita de vizinhos, amigos e familiares
Não há como ter certeza que você ou a outra pessoa não estão com Covid-19 e são assintomáticos. "Uma pessoa infectada pelo vírus pode transmitir o agente infeccioso para outras duas ou três pessoas", acrescentou o médico. Então, se você anda recebendo visitas pare com esse hábito. Quando quiser companhia para ver uma live ou conversar aposte nas chamadas de vídeo.
3- Viajar no fim de semana para a casa de veraneio ou sítio da família
Antes de viajar se faça alguns questionamentos: "eu realmente preciso fazer essa viagem?", "posso ir de carro próprio?", "não vou ter contato com pessoas externas as que eu convivo 24 horas?", "não vou me expor a aglomerações?" e "não vou ter contato com superfícies e locais de grande circulação?". Em caso de respostas afirmativas para todas as perguntas, você pode viajar. Mas, não esqueça das recomendações de proteção.
4- Visitinha rápida ao namorado (a)
Não adianta seguir a quarentena de segunda a sexta-feira e no final de semana sair para encontrar com o (a) parceiro (a). Os riscos de contágio no percurso são altas, assim como o de transmitir o vírus para familiares que moram com você e/ou vizinhos.
5- Frequentar salão de beleza ou espaços de estética
Independente de ser mediante hora marcada, esse tipo de saída não é aconselhável, porque são locais de grande rotatividade de pessoas e não há garantias de que o ambiente é higienizado adequadamente a cada atendimento. Além disso, não tem como ter certeza de que a dona do estabelecimento, a funcionária, a cliente antes e até mesmo você não se enquadram no grupo de assintomáticos.
6- Idas ao hospital ou clínica de emergência
"O ideal é só procurar atendimento médico em hospitais e clínicas em casos de ameaça a vida ou de desconforto intolerável, porque ao ir nesses locais você pode se expor ao vírus e ainda sobrecarregar as unidades de saúde", explicou Matheus.
E quando não tiver jeito?
Em caso de saídas para realização de atividades essenciais (supermercados, farmácias, bancos e lotéricas), o infectologista alerta para a importância de seguir as recomendações de prevenção adequadamente. Matheus Todt também aconselhou ir nesses locais em horários mais vazios, não entrar em estabelecimentos com várias pessoas de uma só vez e evitar tocar em objetos e superfícies.
Na entrevista, o médico ainda explicou que não tem como prever quando será totalmente seguro sair e retomar as atividades rotineiras. Então, mesmo que aconteça flexibilização das medidas de restrição de circulação, se puder, permaneça sem sair de casa. "A forma mais eficiente de evitar a contaminação e a disseminação do vírus é ficando em casa", finalizou o médico.
Fonte: Matheus Todt - Médico Infectologista
CRM/SE 3462
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Redação iBahia
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