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Ação que matou indígena na BA foi armada na web e teve 200 fazendeiros

Informações foram divulgadas nesta segunda-feira (22) pelo Ministério dos Povos Indígenas (MPI), após visita da ministra Sonia Guajajara

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Alan Oliveira

22/01/2024 às 17:21 • Atualizada em 22/01/2024 às 17:52 - há XX semanas
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A ação que matou a indígena Maria Fátima Muniz de Andrade, na cidade de Potiraguá, no sul da Bahia, teve a participação de cerca de 200 fazendeiros e foi organizada no WhatsApp.


				
					Ação que matou indígena na BA foi armada na web e teve 200 fazendeiros
Conflitos aconteceram neste domingo (21). Foto: Reprodução / Redes Sociais

A informação foi divulgada nesta segunda-feira (22) pelo Ministério dos Povos Indígenas (MPI), depois da visita da ministra Sonia Guajajara à região.

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Segundo a pasta, os envolvidos no ataque tinham um grupo autointitulado "Invasão Zero".

O nome faz referência à área da Fazenda Inhuma, que foi ocupada por indígenas no último sábado (20), por ser considerada pelos Pataxó Hã Hã Hãe como de ocupação tradicional.

De acordo com as informações divulgadas pelo Ministério, os fazendeiros e comerciantes cercaram as terras com dezenas de caminhonetes e tentaram recuperar a propriedade, sem decisão judicial.

Na mensagem que foi distribuída no aplicativo de mensagens, os fazendeiros diziam que a convocação seria em "caráter de urgência" para ação de reintegração da propriedade.

O grupo também marcou o Rio Pardo, que fica na entrada de Pau Brasil, na mesma região do estado, como ponto de encontro.


				
					Ação que matou indígena na BA foi armada na web e teve 200 fazendeiros
Ação que matou indígena na BA foi armada na web e teve 200 fazendeiros. Foto: Leo Otero/MPI

Durante a ação, que aconteceu no domingo (21), dois fazendeiros foram detidos, incluindo o autor dos disparos que atingiram Maria Fátima Muniz de Andrade. Um indígena que estava com uma arma artesanal também foi detido.

Segundo a Polícia Militar, um fazendeiro foi ferido com uma flechada no braço, mas está estável. De acordo com a PM, ao menos outras sete pessoas ficaram feridas.

Entre os oito feridos, está uma mulher que teve o braço quebrado. O cacique Nailton Muniz Pataxó também foi baleado e sobreviveu. Outras pessoas que se machucaram foram hospitalizadas, mas não correm risco de morte.

Maria Fátima foi enterrada na comunidade onde morava, em Pau Brasil, na tarde desta segunda-feira.

Visita da ministra

Guajajara chegou ao sul do estado pela manhã. Ela desembarcou no Aeroporto de Ilhéus e seguiu de carro para a área do conflito.

Guajajara chegou ao sul do estado pela manhã Vídeo: Reprodução/Redes Sociais

Nas redes sociais, a ministra compartilhou um vídeo que mostra a chegada dela ao Hospital Costa do Cacau onde estão as vítimas internadas.

Depois da visita, a comitiva do Ministério ainda seguiu para a fazenda, onde aconteceu o combate entre os indígenas e os fazendeiros.

Protesto

Também pela manhã, integrantes do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST) interditaram trechos da BR-101.

A manifestação aconteceu nos municípios de Teixeira de Freitas, Itamaraju e Itabela, no sul e extremo sul da Bahia, em prol dos indígenas atacados pelos fazendeiros.

Em nota, o MST informou que cerca de 500 famílias participaram da ação. Além de se solidarizar com a comunidade, o grupo pediu celeridade nas investigações.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a pista ficou fechada por mais de uma hora.

Reunião e segurança reforçada

Ainda no domingo, Jerônimo Rodrigues convocou uma reunião com secretários e chefes de segurança para reforçar o monitoramento em áreas de confrontos entre fazendeiros e indígenas.

Guajajara chegou ao sul do estado pela manhã Vídeo: Reprodução/Redes Sociais

Eleito em 2022, o governo nasceu em um povoado da cidade de Aiquara, que fica na região sudoeste, e é autodeclarado indígena.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) reforçou o patrulhamento na região com unidades territoriais e especializadas da Polícia Militar (PM) e equipes da Polícia Civil também estão na região para ouvir depoimentos de testemunhas.

O caso é investigado pela delegacia de Itapetinga, cidade a cerca de 79 km de Potiraguá, e acompanhado pela Diretoria Regional de Polícia do Interior (Dirpin/Sudoeste-Sul)

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